Pedro Parente diz que Lorival Luz será seu sucessor na presidência-executiva da BRF

Dupla seguirá trabalhando em parceria, com Parente participando das principais decisões

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São Paulo

Pedro Parente, que acumula os cargos de presidente do conselho e presidente-executivo da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, prepara sua sucessão no comando do dia a dia da empresa.

Em evento para investidores nesta segunda-feira (8), ele disse que o vice-presidente executivo global da companhia, Lorival Luz, deverá assumir a presidência executiva da BRF até a metade do ano que vem.

Parente, que se tornou presidência executiva da empresa em junho deste ano, quando já presidia o conselho de administração, pode acumular os dois cargos por apenas um ano, de acordo com regras do Novo Mercado, segmento da bolsa com maiores exigências em termos de governança corporativa e no qual a BRF está listada.
 

Parente e Luz seguirão trabalhando em parceria estreita, com o primeiro participando das principais decisões estratégicas.

"A participação dessa dupla vai se dar mais ou menos da maneira como se dá hoje", disse.

Parente afirma que ocupará posição conhecida principalmente no mercado internacional como chairman-executivo. Diz       que estará na empresa semanalmente, não apenas mensalmente, como faz grande parte dos presidentes de conselho.

Graduado em administração de empresas e com 27 anos de experiência, Luz chegou a BRF em setembro do ano passado, contratado para comandar a área financeira e de relações com investidores.

Antes ele tinha  a mesma posição na Votorantim Cimentos. Também teve passagens por Estácio, CPFL Energia e Credicard.
 

Luz já esteve na presidência da empresa interinamente, entre abril e junho deste ano, depois que seu antecessor, José Aurélio Drummond Jr., pediu demissão cinco meses após assumir o cargo.
 

Segundo Parente, a discussão sobre a mudança na liderança da empresa foi levada ao conselho de administração que sinalizou positivamente.

Sobre o futuro do mercado brasileiro, o executivo afirma ver com poucas preocupações o processo eleitoral brasileiro, polarizado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Ele diz que, pela relevância da empresa, vê poucos riscos de que o futuro presidente, seja ele quem for, tome medidas que a prejudiquem. Também afirma que a demanda por alimentos se mantém forte em diferentes cenários.
 

"O que observamos, pela natureza dos negócios da BRF, que é produtora de um recurso vital, é  que, em qualquer alternativa, ela sai com seu papel fortalecido."

Também aponta que, por empregar cerca de 100 mil pessoas e ser fundamental para as cidades em que atua, a companhia deverá ser observada com atenção pelo próximo governo.

"Quem quer que vença a eleição vai ter motivos para pensar bem a respeito da BRF. Não que tenha ações específicas para a BRF, mas para o ambiente de negócios no Brasil."

Sobre a alta volatilidade do dólar, ele diz que um câmbio mais desvalorizado ajuda a empresa no curto prazo, pois ela tem cerca de metade de suas vendas feitas no mercado externo.

No longo prazo, a oferta tende a se ajustar a demanda e, com isso, o resultado tende a se estabilizar em diferentes cotações da moeda americana.

O executivo diz que o início de seu trabalho na empresa teve como um dos motes a reestruturação da gestão, a melhoria de processos e a busca por reduzir a queda de margens de lucro da companhia.

Para 2020, a empresa deverá recuperar suas margens históricas e, em e em seguida, , superá-las, diz Parente. O executivo afirmou não poder informar números específicos.

O executivo assumiu o conselho da BRF no lugar de Abilio Diniz após turbulências causadas por discussões sobre a necessidade de trocar o comando da empresa em consequência de resultados ruins.

Ele também presidiu a Petrobras durante o governo Michel Temer, até pedir demissão em decorrência da paralisação dos caminhoneiros de maio que tinha como alvo sua política de preços para o reajuste dos
combustíveis.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior da reportagem informava incorretamente que Pedro Parente assumiu a presidência da BRF em junho do ano passado, e não deste ano. O texto foi corrigido.

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