Por novos negócios, MRV lança comércio virtual com Magazine Luiza entre parceiros

Companhia faz esforço para prolongar a relação com o cliente

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São Paulo | Reuters

A MRV está investindo em novas frentes de negócios para ampliar sua atuação no mercado além da construção e venda de imóveis, oferecendo uma plataforma de comércio eletrônico que reúne produtos para casa. A empresa faz um esforço para prolongar a relação com o cliente por meio de parcerias com outros grupos de peso, incluindo Magazine Luiza.

"Queremos alargar nosso portfólio para que o relacionamento com o cliente não acabe no momento de entrega das chaves", disse o copresidente da construtora, a maior do país no segmento de imóveis econômicos, Rafael Menin.

Batizada de Clube de Vantagens MRV, a plataforma para venda de produtos de terceiros foi lançada no final do ano passado, inicialmente com foco em acabamento. Depois, com a entrada de novos parceiros, passou incluir outras categorias, como eletrodomésticos e decoração.

O mais recente deles é a varejista Magazine Luiza, que aderiu ao marketplace em 1º de outubro e vem impulsionando vendas de eletrodomésticos com descontos que variam de 5% a 10%.

"Um em cada cinco clientes da MRV já compra na plataforma, isso significa mais ou menos 800 clientes por mês", disse Rodrigo Resende, diretor de marketing e vendas da MRV. Segundo ele, o marketplace já fatura cerca de R$ 4 milhões por mês.

Considerando só eletrodomésticos, cujas transações ainda não são comissionadas, a plataforma negocia uma média de 200 mercadorias por mês, disse Resende.

Menin, o copresidente da MRV, disse que a decisão de expandir as operações deve-se, entre outros fatores, às mudanças nos hábitos de consumo, incluindo uma disposição cada vez menor das novas gerações em assumir financiamento de longo prazo para aquisição da casa própria.

Na prévia operacional do terceiro trimestre, a MRV reportou alta de 3,8% nas vendas contratadas dos nove primeiros meses do ano, marcando desaceleração frente ao crescimento de 8,9% apurado no mesmo período de 2017.

O movimento também coincide com a entrada de construtoras então voltadas para médio e alto padrão no mercado de baixa renda, incluindo a EzTec e Tarjab, enquanto outras gigantes como a Cyrela intensificam a atuação no segmento de imóveis econômicos com o lançamento de uma nova marca para empreendimentos do Minha Casa Minha Vida (MCMV), a Vivaz.

Até o fechamento desta quinta-feira (18), as ações da MRV acumulam queda de mais de 13% em 2018, enquanto o índice que reúne ações do setor imobiliário tem baixa de mais de 8%.

"Existe uma demanda de 1 milhão de casas por ano em termos demográficos, mas não significa que todos vão querer comprar; alguns preferem alugar", comentou Menin, citando ainda o papel cada vez mais relevante da tecnologia nos negócios da MRV.

Mais de 50% das vendas de imóveis da MRV acontecem pela internet. "Não queremos ser 'uberizados', queremos 'uberizar'", brincou o executivo.

Entre as iniciativas para modernizar o negócio, a MRV criou mais duas plataformas. Uma é a "Mão na Roda", que permite aos compradores de imóveis da empresa anunciarem serviços e produtos aos demais condôminos de um edifício, e outra é a "Conecta MRV", ainda em fase de testes em Belo Horizonte, que promete ajudar síndicos na gestão dos empreendimentos.

As três plataformas exigiram um investimento total de R$ 1,5 milhão, de acordo com a construtora.

Paralelamente, a MRV ainda patrocina junto com o Banco Inter e a Localiza um projeto de incubação de startups mineiras, apelidado de Orbe.

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