Receita do Facebook fica abaixo do esperado

Rede social tenta se ajustar em meio a escândalos; lucro sobe mais que o estimado

San Francisco e Nova York

A receita do Facebook ficou abaixo do esperado no terceiro trimestre. A rede social tenta se ajustar à desaceleração no ritmo de crescimento, em meio a escândalos de vazamentos de dados e notícias falsas.

O lucro, no entanto (US$ 5,13 bilhões, ou R$ 19 bilhões), foi maior do que o estimado, o que agradou aos investidores. As ações da empresa subiram mais de 2% no “after market”.

A receita subiu 33%, para US$ 13,73 bilhões (R$ 51 bilhões), ante expectativa de US$ 13,77 bilhões.

Antes da divulgação dos resultados, as ações do Facebook acumulavam queda de 20% até no ano e de cerca de 34% desde seu anúncio de resultados anterior, no fim de julho. 

Este ano talvez represente o período mais difícil nos quase 15 anos de história do Facebook. Críticos atacaram as práticas frouxas de segurança de dados, depois que o Facebook anunciou ter fornecido registros de usuários a terceiros, que em seguida venderam essas informações à consultoria Cambridge Analytica.

O Facebook continua a perder usuários na Europa. O número de usuários ativos caiu em 1 milhão, para 375 milhões. O bloco econômico passou a ter regras mais rígidas de privacidade neste ano, com a entrada em vigor do Regulamento Geral de Proteção de Dados.

No geral, o número de usuários mensais ativos cresceu 10%, para 2,3 bilhões, mas o número de usuários ativos por dia cresceu menos, em 9% ante o período no ano anterior. 

O número de usuários ativos por mês na América do Norte, o maior mercado publicitário do mundo, subiu em 1 milhão. No total, mais de 2,6 bilhões de pessoas usam Facebook, WhatsApp, Instagram e Messenger —a família Facebook de apps— a cada mês e mais de 2 bilhões utilizam pelo menos um desses serviços por dia.

A alta dos custos (53%) superou a da receita, pois o Facebook está contratando milhares de moderadores humanos e investindo em inteligência artificial para controlar a propagação de retórica do ódio e “fake news”.

The Wall Street Journal e  Financial Times, traduzido do inglês por Paulo Migliacci

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