Banco do Brasil prevê postura agressiva para crédito em 2019

No terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco ficou em R$ 686,3 bilhões

Tássia Kastner
São Paulo

O presidente do Banco do Brasil, Marcelo Labuto, afirmou que o banco ainda não definiu guidances (projeções) para 2019, mas prevê uma postura mais agressiva para concessão de crédito no próximo ano.

“Posso adiantar que no próximo ano o BB deve apresentar crescimento mais robusto, em linha com concorrentes”, afirmou Labuto, que foi anunciado presidente da instituição no final de outubro.

No terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco ficou em R$ 686,3 bilhões, alta de 1,4% na comparação com igual período de 2017.

Labuto afirmou que em 2018 o objetivo do banco foi melhorar a qualidade de crédito da carteira e mudança no mix da carteira. 
No terceiro trimestre, 70% dos empréstimos a pessoa física foram feitos na modalidade consignado.

“O Banco do Brasil é um player que nunca deixou de estar do lado dos seus parceiros independente de crise. Não é uma instituição que sai na hora de crise e aparece na hora boa”, disse.

O banco atribuiu o desempenho inferior da carteira de crédito, na comparação com os pares privados, a uma mudança no perfil dos empréstimos. A mudança maior teria sido feita na carteira de micro e pequenas empresas, que voltou a crescer em setembro, diz Labuto, apesar de não aparecer no resultado trimestral.

A maior disposição de ofertar crédito não deve, no entanto, passar por maior disposição do banco em correr risco.

“A gente tem condição de ser mais agressivo, mais competitivo e de manter a qualidade da carteira”, afirma o presidente do BB.

O banco destacou que houve crescimento nos empréstimos de crédito pessoal, apesar de o banco ser especializado em consignado.

“Naturalmente o banco sempre foi mais focado em proventistas [servidores públicos]. Por conta disso, sempre tivemos carteira de consignado mais robusta. Com o aperfeiçoamento, se identificou segmentos que poderíamos operar, que não seriam proventistas e que compunham a nossa base de clientes”, disse Labuto, citando profissionais liberais e agroempresários.

Retrato de Marcelo Labuto, agora presidente da BB
Retrato de Marcelo Labuto, agora presidente da BB - Adriano Vizoni - 1º.out,2015/Folhapress

TRANSIÇÃO

Ao ser questionado se recebeu convite para permanecer à frente do Banco do Brasil durante a gestão Bolsonaro, Labuto disse que está focado em entregar resultados.

“Não, não. Isso cabe ao novo governo. Por enquanto a gente está focado em entregar o resultado, em trabalhar a nossa empresa e entregar agora o quarto trimestre”, disse Labuto.

Posteriormente, por meio da assessoria de imprensa, o executivo afirmou que, ao responder 'não' à pergunta, pretendia dizer que não iria comentar se houve um convite.

Labuto assumiu o banco no começo do mês, após a saída de Paulo Caffarelli, que foi comandar a empresa de maquininhas Cielo.

Sobre a transição, ele afirmou o que o diálogo com o novo governo ocorre por meio do Ministério da Fazenda.

“A gente já preparou e ofereceu toda a informação sobre a situação do banco. Já estamos trabalhando por intermédio do ministério da Fazenda”, afirmou.

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