CCR vence leilão de concessão da Rodovia de Integração do Sul

Companhia ofertou deságio de 40,53% sobre tarifa teto de pedágio estabelecida em edital

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São Paulo | Reuters

Um consórcio da empresa CCR venceu o leilão de concessão da RIS (Rodovia de Integração do Sul), ofertando um deságio de 40,53% sobre a tarifa teto de pedágio estabelecida no edital do leilão, o primeiro de rodovias realizado durante o governo do presidente Michel Temer.

A CCR ofereceu uma tarifa de pedágio R$ 4,30545, ante ante tarifa teto de R$ 7,24.

O deságio oferecido pela CCR foi maior que os ofertados no certame por Ecorodovias (37,02%), Patria Investimentos (38,73%), Sacyr (27,43%) e pelo consórcio Integra Sul (27,2%).

As ações da CCR passaram para o território positivo após o anúncio do resultado do leilão, e por volta das 11:22 subiam 0,55%, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,28%.

A concessão é a primeira de rodovia obtida pela CCR no Rio Grande do Sul e engloba um corredor que faz interligação com regiões produtoras agrícolas do Estado com o porto de Rio Grande.

Como o deságio ofertado foi elevado, a empresa terá que fazer um aporte de R$ 1,3 bilhão na empresa a ser criada para tocar a concessão, que tem um contrato de 30 anos.

Segundo o presidente da CCR Lam Vias -- responsável pelas concessões das rodovias federais--, José Braz, R$ 330 milhões serão aportados até o final de 2019 com recursos próprios do grupo, que avaliará necessidade de acessar o mercado de capitais a partir de 2023 para fazer frente ao restante dos investimentos obrigatórios, estimados em R$ 7,8 bilhões ao longo da concessão.

A RIS é formada por quatro trechos de rodovias que somam um total de 473,4 quilômetros. Um trecho de cerca de 100 quilômetros atualmente é alvo de disputa judicial com a operadora Concepa, do grupo Triunfo, que tenta manter sua concessão.

O ministro dos Transportes, Valter Casimiro, disse que "não há riscos de voltar ao concessionário antigo. O risco é muito baixo do judiciário devolver a concessão (para a Concepa)", afirmou o ministro após o leilão.

As ações da CCR passaram para o território positivo após o anúncio do resultado do leilão, e por volta das 13:00 subiam 2,5%, enquanto o Ibovespa tinha alta de 1,22%.

Apesar de ser o primeiro projeto rodoviário concedido pelo Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do governo Michel Temer, a RIS é o 105º ativo de infraestutura concedido no âmbito do PPI.

Segundo o secretário do PPI, Tarcisio de Freitas, ainda em 2018 o governo colocará em leilão a empresa de loterias da Caixa Econômica Federal (Lotex), 18 linhas de transmissão de energia elétrica e um terminal portuário em Santos (SP). O primeiro leilão é o da Lotex, que deve ocorrer até o final deste mês, afirmou.

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, afirmou após o leilão que o governo federal decidiu manter o critério de 100 dias a partir da publicação dos editais de concessão para a realização dos leilões de outros projetos. Por causa disso, 17 empreendimentos ficarão a cargo do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro: a Ferrovia Norte Sul, 12 aeroportos e quatro terminais portuários.

Questionado sobre o risco do PPI não ser mantido pelo novo governo, Freitas afirmou que a equipe do presidente eleito tem mantido conversas com integrantes do atual governo e sinalizou que pretende manter o programa de concessões. "A tendência é de continuidade absoluta. Todos os gestos do novo governo observados até agora vão nesta direção de continuidade", disse Freitas a jornalistas.

Segundo ele, os 17 editais de concessões a serem tocadas pelo próximo governo serão publicados em novembro deste ano. "Os investimentos previstos para os aeroportos serão de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões, na Norte Sul, são pelo menos R$ 3 bilhões só para começar a operar", disse Freitas.

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