China envia resposta por escrito a demandas dos EUA por reforma comercial, diz agência

Medida tem como objetivo colocar fim à guerra comercial entre os dois países

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Washington e Singapura | Reuters

A China entregou uma resposta por escrito a demandas dos Estados Unidos por reformas comerciais abrangentes, disseram três fontes do governo americano, em uma medida que pode desencadear negociações para colocar um fim à guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

O presidente Donald Trump impôs tarifas sobre US$ 250 bilhões em importações chineses para forçar concessões de Pequim envolvendo uma lista de demandas que mudariam os termos do comércio entre os dois países. E a China respondeu com imposição de tarifas sobre bens americanos.

Trump deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, durante uma cúpula do G20 na Argentina entre o fim de novembro e começo de dezembro.

O presidente americano criticou repetidamente Pequim por roubo de propriedade intelectual, subsídios industriais e barreiras chinesas à entrada de empresas americanas, além do déficit comercial dos EUA com a China.

Três fontes do governo americano disseram na quarta-feira (14) que a China enviou uma resposta às demandas dos EUA sobre esses e outros assuntos. As fontes não deram mais detalhes sobre o conteúdo da resposta e não estava claro se a resposta continha as concessões que satisfariam as demandas de Trump por mudanças.

Uma equipe dos EUA liderada pelo subsecretário do Tesouro, David Malpass, discutiu questões comerciais com uma equipe chinesa por videoconferência na terça-feira, informou uma porta-voz do Tesouro americano na quarta-feira.

Os EUA disseram que não iniciaram negociações formais sobre o comércio até que visse propostas concretas da China para tratar de suas preocupações.

Os dois países se distanciaram durante a disputa de tarifas que já dura meses, e uma pessoa com conhecimento da resposta da China disse que o documento reiterava os compromissos feitos por Xi em discursos recentes, exigindo que os EUA suspendam as taxas, incluindo aquelas estabelecidas pela investigação sobre as importações de aço e alumínio.

"Eles não estão perto de um acordo favorável sobre o comércio. Não estão no mesmo universo", disse a fonte de Washington.

Canadá e China sobre Nafta

O Canadá e a China continuarão a trabalhar juntos para chegar a um eventual acordo de livre comércio, disse nesta quinta-feira (15) o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

Os esforços ocorrem apesar de o Canadá ser membro do Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), que especifica que, se um de seus parceiros fechar um acordo de livre comércio com um país de fora do mercado, como a China, os outros podem se desfiliar em seis meses e criar seu próprio pacto comercial bilateral.

"Esta cláusula não nos impede de fazer o que já estamos fazendo, que de fato é continuar a negociar com a China um acordo de livre comércio eventual", disse Trudeau em encontro com estudantes da Universidade Nacional de Singapura.

A cláusula, que causou polêmica no Canadá, se afina com os esforços do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de isolar Pequim economicamente e impedir que empresas chinesas usem o Canadá ou o México como "porta dos fundos" para enviar produtos livres de tarifas aos EUA.

"Existe um elemento de transparência. Temos que manter nossos parceiros informados do que estamos fazendo", acrescentou Trudeau.

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