Ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn nega as acusações, diz agência

Executivo foi preso sob acusação ter ocultado parte de sua renda como presidente do grupo

Tóquio | AFP

O ex-presidente do conselho de administração do grupo Nissan, Carlos Ghosn, negou as acusações de má conduta financeira que levaram a sua prisão na última segunda-feira (19).

O executivo afirmou que não tinha a intenção de apresentar documentos falsos, informou o canal público japonês NHK. 

O franco-libanês-brasileiro, que ainda permanece formalmente como presidente do grupo Renault, não havia se pronunciado desde sua detenção em Tóquio. Seu braço direito, o americano Greg Kelly, também foi preso. 

Interrogado pela justiça, Goshn, não recorreu ao direito de permanecer em silêncio e afirmou que nunca teve a intenção de ocultar seus rendimentos, de acordo com fontes não identificadas citadas pela rede NHK. 

O executivo é suspeito de ter minimizado sua renda como presidente do conselho de administração da Nissan em quase 5 bilhões de ienes (€ 38 milhões) durante cinco anos, a partir de 2011. 

Também é acusado de ter feito o mesmo nos três exercícios fiscais seguintes, informaram na sexta-feira os jornais japoneses Asahi Shimbun e Nikkei, por um valor total de 8 bilhões de ienes (mais de € 62 milhões) ocultados das autoridades financeiras japonesas. 

Ghosn também é suspeito de não ter declarado um bônus de mais de € 30 milhões, relacionado aos ganhos com suas ações, de acordo com o jornal Nikkei.

A imprensa nipônica informou que a Nissan formou uma equipe "secreta" no início do ano para investigar a má conduta financeira de Ghosn, incluindo a possível destruição de provas, de acordo com a agência de notícias Kyodo News.

Os principais executivos das três empresas da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi devem se reunir esta semana pela primeira vez desde a detenção de Ghosn.

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