Governo renegocia com bancos empréstimo que eleva conta de luz

Dinheiro foi usado para socorrer as distribuidoras de energia em 2014

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Rio de Janeiro

O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, disse nesta quinta (8) que o governo trabalha para concluir até o fim do mês renegociação de empréstimos tomado para socorrer distribuidoras de energia em 2014 e hoje onera a conta de luz dos brasileiros.

A medida, disse Pepitone, é parte de esforço para tentar reduzir a conta de luz. Até infinito do mês, a Aneel apresentará estudo com outras propostas nesse sentido.

O empréstimo para ajudar as distribuidoras vence em 2020 e ainda tem um saldo de R$ 11 bilhões a pagar. Foi tomado para ajudar as empresas a custear energia mais cara de usinas térmicas durante a crise hídrica do início da década.

Pepitone afirmou que as negociações com o grupo de bancos que financiou o processo já estão em curso e devem ser concluídas até o fim do mês. Na mesa, há duas propostas envolvendo um fundo de R$ 4,5 bilhões criado como garantia contra eventuais inadimplências no pagamento do empréstimo.

A primeira seria usar os recursos para antecipar pagamentos futuros, eliminando ou reduzindo as parcelas mensais pagas pelos consumidores. A segunda, transferir o fundo para a conta de luz, o que reduz a necessidade de arrecadação para fechar as contas do setor.

Conta de luz - Folhapress

Os empréstimos foram negociados pela CCEE (Câmara Comercializadora de Energia Elétrica) com consórcios de bancos em três etapas, no valor total de R$ 21 bilhões, a preços da época.

Pepitone não quis estimar quanto a tarifa poderia ser reduzida com a quitação antecipada. Mas disse que a transferência de R$ 4,5 bilhões do fundo poderia representar corte de aproximadamente 2,4%, já que cada R$ 1 bilhão representa um impacto de 0,6% na conta de luz.

Entre as outras medidas em estudo pela Aneel está o fim do subsídio a fontes de energia incentivadas - como eólica e solar - que hoje garantem desconto na tarifa de transmissão a produtores e grandes consumidores e vão custar R$ 2,4 bilhões em 2018.

“A fonte eólica já alcançou um estágio de maturidade e é importante mostrar para a sociedade o custo do subsídio”, defendeu o diretor-geral da Aneel, que participou de evento promovido pela FGV Energia no Rio. Ele propõe também a discussão sobre a tarifa social, programa que subsidia consumidores de baixa renda.

O trabalho da Aneel vai focar nas parcelas da conta de luz relacionadas a políticas sociais e à geração de energia, onde a agência acha que ainda há espaço para cortes de gastos.

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