Inflação atinge 0,45% em outubro, maior índice para o mês desde 2015

Alimentação e transporte pressionaram, diz IBGE, mas números vêm abaixo da expectativa

São Paulo

Pressionada por alimentos e transportes, a inflação atingiu 0,45% em outubro, o maior índice para o mês desde 2015, informou o IBGE nesta quarta-feira (7).

Ainda assim, o número veio abaixo da expectativa do mercado, de 0,56%, segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg.

Em relação a setembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) recuou apenas 0,03 ponto percentual.

 

No ano, o indicador acumula alta de 3,81%, e em 12 meses subiu para 4,56% —também abaixo da expectativa do mercado, de 4,67%.

Assim, a inflação em 12 meses está ligeiramente acima do centro da meta do Banco Central para este ano, de 4,5%.

Juntos, os grupos de alimentação e transportes foram responsáveis por 43% das despesas familiares e 71% da inflação do mês passado.

Alimentos e bebidas viram os preços acelerarem de 0,10% em setembro para 0,59% em outubro. Os destaques de alta foram o tomate (+51,27%) e a batata-inglesa (+13,67%). Na outra ponta, tiveram queda significativa a farinha de mandioca (-4,69%) e o leite longa vida (-2,6%).

Já o grupo de transportes desacelerou de 1,69% em setembro para 0,92% no mês passado, mas ainda exerceu o maior impacto sobre o IPCA de outubro.

“Só os combustíveis, com 2,44%, representaram quase um terço do IPCA desse mês", disse Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa no IBGE.

Todos os itens, no entanto, apresentaram desaceleração na passagem de setembro para outubro: etanol (de 5,42% para 4,07%), óleo diesel (de 6,91% para 2,45%), gasolina (de 3,94% para 2,18%) e gás veicular (de 0,85% para 0,06%).

A passagem aérea também desacelerou dos 16,81% de setembro, mas ainda ficou 7,49% mais cara em outubro.

No grupo habitação (0,14%), a energia elétrica subiu 0,12%, e o gás encanado, 0,65%.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. Abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

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