Medidas comerciais restritivas disparam no G20 e abrangem US$ 481 bi, diz OMC

Foram as maiores restrições desde que a organização começou a monitorar o grupo em 2012

Brasília | Reuters

Os países que integram o G20, grupo das maiores economias do mundo, aplicaram 40 novas medidas restritivas ao comércio entre maio e outubro, cobrindo cerca de US$ 481 bilhões (R$ 1,82 trilhão) em comércio, disse a OMC (Organização Mundial do Comércio) nesta quinta-feira (22).

As novas restrições cobriram seis vezes mais comércio do que no período anterior e foram as maiores desde que a OMC começou a monitorar o comércio do G20 em 2012, disse a entidade.

"As conclusões do relatório deveriam ser uma preocupação séria para os governos do G20 e toda a comunidade internacional", disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo.

Medidas comerciais restritivas do G20 disparam entre maio e outubro - Denis Balibouse/Reuters

"A escalada adicional continua uma ameaça real. Se nós continuarmos no curso atual, os riscos econômicos vão aumentar, com efeitos potenciais no crescimento, empregos e preços ao consumidor em todo o mundo."

A OMC está fazendo tudo o que pode para ajudar a esfriar a situação, ele acrescentou, mas soluções exigiriam vontade política e liderança do G20, cujos líderes se encontram na Argentina na semana que vem.

A média mensal de medidas restritivas ao comércio foi de oito ações durante o período coberto pelo relatório, ante seis por mês no relatório anterior, que cobriu meados de outubro de 2017 até meados de maio deste ano, disse a OMC.

"A proliferação de ações de restrição ao comércio e a incerteza criada por tais ações poderia colocar a recuperação econômica em perigo. A escalada adicional carregaria potencialmente riscos maiores para o comércio global, com efeitos no crescimento econômico, empregos e preços ao consumidor em todo o mundo", diz o relatório.

Os países do G20 também implementaram uma média de sete medidas de liberalização comercial todos os meses, como redução de tarifas de importação e exportação, cobrindo um total de US$ 216 bilhões (R$ 820 bilhões) em comércio, em linha com a tendência desde 2012.

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