Nissan foge de perguntas sobre Ghosn no Salão do Automóvel de Los Angeles

Chefes da montadora evitam falar sobre o executivo no primeiro evento após escândalo

Eduardo Sodré
Los Angeles

O estande da Nissan é um dos mais movimentados do Salão do Automóvel de Los Angeles. Jornalistas transitam em busca de executivos e emissoras de TV fazem gravações. Contudo, não são os carros que atraem a atenção.

É o primeiro grande evento da montadora após a prisão de Carlos Ghosn em Tóquio por suspeita de fraude fiscal.

O executivo, que deixou a presidência da marca em 2017 e agora foi destituído do posto de presidente do conselho, esteve presente na maioria das apresentações da empresa desde o início dos anos 2000.

O principal destaque da marca japonesa no evento é a nova geração do sedã Maxima, que é um dos carros mais vendidos nos EUA.

A apresentação começa pontualmente às 13h45 em Los Angeles (19h45 no horário de Brasília). O primeiro a entrar no palco é Dan Mohnke, vice-presidente de vendas da Nissan nos EUA.

Ele fala sobre os sistemas inteligentes da montadora, focada no desenvolvimento de veículos elétricos e em tecnologias que melhoram a segurança.

Em seguida, são revelados o novo Maxima e o utilitário de luxo Murano. A multidão de jornalistas presente no estande mantém o silêncio enquanto assistentes retiram os panos que cobrem os carros. O tema do evento é a situação de Ghosn, embora a apresentação da Nissan aconteça como se nada estivesse ocorrendo.

Dan destaca os resultados positivos obtidos pela marca em avaliações de associações de consumidores nos EUA. Fala também das tecnologias dos novos carros, equipados com 10 airbags.

A frase “Made in America” é projetada no telão, para reforçar que os automóveis são produzidos no Tennessee.
 

Alfonso Albaisa entra no palco, ele é o vice-presidente de design da Nissan. O executivo fala do interior do carro, encerra a apresentação e chama os jornalistas para subirem no tablado e verem os automóveis de perto.

Hiroto Saikawa, presidente global da marca japonesa e sucessor de Ghosn, não comparece ao evento, apesar de dois dos principais carros da marca no mercado norte-americano estarem sendo apresentados.

As atenções se voltam para Dan Mohnke. Assessores pedem que as perguntas sejam sobre os carros.

Contudo, o primeiro questionamento é sobre a situação da Nissan após a prisão do executivo que conduziu a reconstrução da empresa no início dos anos 2000 e que passou de herói a vilão nas últimas semanas.

Dan tenta desconversar sobre o caso Carlos Ghosn. Sorri, reforça que deseja falar sobre Maxima e Murano. Na segunda pergunta referente ao tema, o executivo continua a falar sobre os carros e logo depois deixa o palco.

O jornalista viajou a convite da BMW do Brasil

 

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