Surto online e longas filas marcam o início da temporada de compras de final de ano nos EUA

Embora público não estivesse presente na noite de quinta, movimento não foi tão ruim quanto em 2015 e 2016

Nova York | Reuters

Consumidores americanos chegaram às lojas na noite do feriado de Ação de Graças e gastaram US$ 1,75 bilhão (R$ 6,65 bilhões), com uma economia forte e aumento de salários provocando um início forte para a temporada de compras do final de ano nos Estados Unidos.

Embora os grandes públicos não estivessem presentes em muitos lugares na noite de quinta-feira (22), o movimento não foi tão ruim quanto nos anos de 2015 e 2016, quando os compradores se mantiveram afastados das lojas no dia de Ação de Graças e na chamada Black Friday, de acordo com analistas e consultores de varejo.

Vendas de smartphones puxaram para cima os gastos totais online em 28,6% até a noite de quinta-feira em relação a um ano atrás, de acordo com a Adobe Analytics, que acompanhou 80 dos 100 principais varejistas online dos EUA, incluindo Walmart e Amazon.com.

"O feriado de Ação de Graças está se encaminhando para ser um dia de festa [...] o dia com o maior crescimento já visto em termos de feriados de compras online", disse Taylor Schreiner, diretor da Adobe Digital Insights, braço de pesquisa da Adobe Systems.

Consumidores em San Francisco lideraram o movimento nos EUA, com mais de 2,3 milhões em transações online, seguidos por 954 mil na cidade de Nova York, mais de 415 mil em Dallas, e 389 mil em Houston até às 1h30 desta sexta (23) no horário de Brasília, de acordo com o processador de pagamentos First Data Corp, que coleta dados de cerca de 1 milhão de vendedores americanos.

Varejistas de eletrônicos como a Best Buy viram o maior número de transações seguidos por lojas de departamentos como a Macy's, de acordo com os dados.

Tradicionalmente, o dia após o feriado de Ação de Graças, a Black Friday, inicia a temporada de vendas de final de ano nos Estados Unidos. Mas como lojas americanas agora abrem na noite da quinta-feira, o movimento e a correria típica da manhã de sexta-feira foram diluídos nos dois dias de feriado.

Nas redes sociais, o sentimento dominante continuava favorável às compras online, com muitas pessoas se identificando mais como pessoas da "Cyber Monday" em vez da Black Friday, por preferirem evitar longas filas e multidões em pleno inverno.

O analista da Moody's Charlie O'Shea, que visitava as lojas no Condado de Bucks, no estado da Pensilvânia, disse que o início devagar nas lojas no feriado e na Black Friday é cada vez menos um indicativo do apetite dos compradores durante o final do ano.

"A temporada deve ser forte e todos os sinais em relação ao sentimento dos consumidores apontam para isso", disse.

A Federação Nacional do Varejo prevê que as vendas de final de ano nos meses de novembro e dezembro nos Estados Unidos devem crescer entre 4,3% e 4,8% sobre 2017 para um total de US$ 717,45 bilhões a US$ 720,89 bilhões. Isso se compara com uma média anual de 3,9% de aumento nos últimos cinco anos.

No total, a temporada de vendas de final de ano em 2018 deve atingir um total de 701 bilhões de dólares, lideradas pelo varejo online e por eletrônicos, de acordo com a empresa de pesquisa Costumer Growth Partners.

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