Venezuela quer aumentar produção de petróleo no próximo ano

País vai na contramão dos produtores mundiais, que preferem evitar queda livre dos preços

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Abu Dhabi | Reuters

A Venezuela espera aumentar a produção petróleo no próximo ano, mas respeitará quaisquer acordos se a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidir reduzir a produção a partir de dezembro, disse o ministro do Petróleo, Manuel Quevedo, no domingo.

A proposta de reduzir a produção em até 1 milhão de barris por dia é liderada pela Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, e valeria tanto para os países produtores integrantes da Opep e quanto os que não fazem parte dela. 

dois homens de terno em mesa de reunião com documentos e placas de nome
Manuel Quevedo (à direita), ministro do petróleo da Venezuela, participa de reunião do Conselho Interministerial de Monitoramento em Abu Dhabi - Karim Sahib/AFP

As discussões ocorrem em Abu Dhabi, durante uma cúpula de monitoramento do mercado de petróleo foi realizada neste domingo com a presença dos principais exportadores Arábia Saudita e Rússia.

A atual produção de petróleo da Venezuela é de 1,5 milhão de barris por dia. O plano do regime de Nicolás Maduro é aumentar em 1 milhão de barris de petróleo por dia "em breve", disse o ministro venezuelano.

A maioria dos exportadores de petróleo da Opep e aliados apoia um corte na oferta mundial de petróleo, segundo o ministro do petróleo de Omã, Mohammed bin Hamad al-Rumhi.

"Muitos de nós compartilham essa visão", disse o ministro sobre a necessidade de um corte. Questionado se poderia chegar a 500 mil ou um milhão de barris por dia, ele respondeu: "Eu não acho justo jogar números agora".

Segundo pessoas ligadas às negociações, qualquer acordo do tipo dependerá de fatores como o nível das exportações iranianas. Os Estados Unidos impuseram sanções a Teerã na última semana, mas abriram exceções temporárias para oito países continuarem adquirindo petróleo iraniano. 

A Arábia Saudita ficou surpresa com a isenção dada a consumidores como a China e a Índia, medida que atingiu os preços do petróleo, disseram oficiais. 

Riad quer agir para evitar uma nova queda dos preços, que atingiram menos de 70 dólares o barril na sexta-feira, e está liderando discussões sobre o corte de produção no ano que vem, disseram as fontes.

Sob um acordo que deve expirar no final do ano, produtores da Opep e de fora dela concordaram em frear a produção em cerca de 1,8 milhão de barris por dia.

Porém, produtores acabaram reduzindo ainda mais —em parte devido a interrupções inesperadas na Venezuela, Líbia e Angola— e concordaram em junho em limitar os cortes aos níveis acordados, o que significa restaurar cerca de 1 milhão de barris por dia em produção.

A Opep e seus aliados irão se encontrar em Viena nos dias 6 e 7 de dezembro para decidir a política de produção para 2019.

Segundo um dos negociadores, a questão central no momento é definir o quanto precisa ser reduzido pelo mercado. As exceções temporárias concedidas pelos EUA foram inesperadas e a Arábia Saudita espera estabelecer um piso para o preço da commodity, afirmou. 

No Brasil, a diminuição dos preços do petróleo no mercado internacional tem o efeito de baixar o preço da gasolina nos postos. Na última semana, o mercado brasileiro reagiu com leve baixa nos valores pagos pelo consumidor. 

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