Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Witzel diz que Temer quer mexer na Previdência sem mudar Constituição

Governador eleito do RJ disse ter manifestado preocupação para que intervenção seja mantida

Natália Cancian Gustavo Uribe
Brasília

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou nesta quarta-feira (7) que, em reunião, o presidente Michel Temer sinalizou que irá defender mudanças na Previdência ainda neste ano sem alterar a Constituição.

Witzel afirma que solicitou o encontro devido a uma "preocupação" de que, diante da intenção do governo em votar parte da reforma ainda neste ano, o decreto que prevê a intervenção federal na segurança no estado tenha de ser revogado.

Com a sinalização, porém, a intervenção não precisaria ser revista, informa. "O que ele me disse que a conversa entre ele e Jair Bolsonaro era no sentido de se tentar aprovar as normas infraconstitucionais, que exige um quórum menor, e pode avançar agora até o final do ano", disse após o encontro.

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Wilson Witzel, governador eleito do Rio de Janeiro pelo PSC - Mauro Pimentel/AFP

Nesta semana, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse ter "esperança" de que algo da reforma seja votado até o fim do ano no Congresso. 

Questionado, Witzel não especificou quais seriam essas normas infraconstitucionais. A declaração, porém, sinaliza que a proposta que tramita no Congresso por meio de uma PEC (proposta de emenda à constituição), que precisa de apoio de três quintos dos parlamentares, poderia ser desmembrada. Neste caso, seriam analisados apenas projetos de lei que não demandam uma alteração na Constituição.

Para Witzel, a alternativa de revogar o decreto da intervenção e aprovar outro em seguida apenas para votar o projeto da reforma da Previdência não seria “razoável”.

“Se for votar a Previdência, minha sugestão seria manter através da GLO as forças militares do Rio de Janeiro”, afirmou. "Não vim defender intervenção até dezembro, vim defender necessidade dos créditos [de R$ 1,2 bilhão ao todo, valor previsto com a intervenção] serem passados para o Rio de Janeiro e manter os militares [até o fim do ano]. A forma como isso vai continuar pode ser intervenção, pode ser GLO."

“Há uma preocupação de se manter esse efetivo [de 1.200 militares no policiamento das ruas] para que possamos planejar agora que, a partir de janeiro de 2019, nossas forças policiais ocupem esses espaços e possam usar o legado da intervenção", disse.

Questionado sobre as soluções para a segurança no estado para 2019, Witzel disse que ainda pretende discutir o tema com Bolsonaro para tomar uma decisão em conjunto. A ideia é que isso ocorra após a nomeação dos secretários estaduais de Polícia Civil e Polícia Militar e extinção da Secretaria de Segurança Pública do estado.

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