O Banco Central piorou ligeiramente sua projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil este ano a 1,3%, sobre 1,4% antes, atribuindo a mudança à revisão nas estatísticas das contas nacionais, que afetou a base de comparação ao elevar ligeiramente o nível do PIB de 2017.
Para o próximo ano, a projeção para a expansão da atividade econômica foi mantida em 2,4%, apontou o BC em seu Relatório Trimestral de Inflação, publicado nesta quinta-feira (20). No documento, o BC informou que a economia segue operando com elevado nível de ociosidade, mas assinalou que a retomada econômica "tem se traduzido em redução gradual dessa ociosidade".
Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem divulgada desde a última semana, quando manteve a Selic em seu mínimo histórico de 6,5%, ao destacar um quadro favorável para a inflação, que joga para um futuro indeterminado eventual início de aperto nos juros após deixar de mencionar essa possibilidade em suas comunicações. Voltou a alertar, contudo, que os riscos altistas para o IPCA, ligados à deterioração do cenário externo para economias emergentes, permanecem relevantes e seguem com maior peso em seu balanço.
Crédito
O Banco Central divulgou também que vê um crescimento do crédito acelerando a 6% em 2019, na primeira previsão que fez para o próximo ano, avanço guiado sobretudo pela alta no saldo de financiamentos a famílias e pelo fôlego no segmento de crédito livre.
A estimativa é de que o estoque de crédito às pessoas físicas irá subir 7% no ano que vem, em linha com a aceleração do consumo das famílias.
Para as empresas, a perspectiva é de expansão de 5%, "influenciada, entre outros fatores, pela continuidade do processo de captação de recursos por parte das empresas nos mercados externo e de capitais em substituição aos recursos do sistema financeiro nacional".
Para o estoque de crédito livre, o BC calculou alta de 10,5% em 2019. Para o crédito direcionado, a conta é de avanço de apenas 1%.
No documento, o BC não mencionou nenhuma estimativa para o estoque de crédito em 2018. No relatório de setembro, o BC passara a ver avanço de 4% no saldo geral de financiamentos neste ano, sobre 3% antes, principalmente pela melhora nos financiamentos às pessoas jurídicas, movimento que é afetado pelo câmbio, que aumenta automaticamente os saldos nas operações denominadas em dólar.
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