A China acusou nesta sexta-feira (21) os Estados Unidos de fabricar fatos, após o departamento americano de Justiça acusar dois hackers ligados aos serviços de segurança chineses por ataques a empresas e agências de vários países.
O ministério chinês das Relações Exteriores pediu aos Estados Unidos que "deixe de desprestigiar a China em questões de cibersegurança", e informou ter apresentado uma queixa oficial.
A China considera que os Estados Unidos deveriam retirar a acusação "para evitar graves danos às relações entre os dois países" e denuncia que a administração americana atribui à China exatamente as faltas que ela mesma comete.
Pequim afirma que as acusações "não passam de cortina de fumaça" e adverte os demais países para "deterem a difamação deliberada contra a China para evitar prejudicar as relações bilaterais".
O departamento de Justiça dos EUA anunciou na quinta-feira o indiciamento dos hackers chineses Zhu Hua e Zhang Shilong, que fazem parte de um grupo conhecido como APT 10, que opera na China "em associação com o Ministério da Segurança do Estado".
Entre 2006 e 2018, este grupo liderou "uma campanha global de ataques cibernéticos" para roubar dados confidenciais e segredos comerciais de 45 empresas de 12 países, segundo o departamento de Justiça.
"Trata-se simplesmente de trapaça e roubo, e isso dá à China uma vantagem injusta às custas de empresas e países que respeitam as regras internacionais", denunciou o número dois do departamento, Rod Rosenstein, durante coletiva de imprensa.
"Será difícil para a China alegar que não é responsável" por esses ataques, agora que os Estados Unidos tornaram pública uma acusação muito detalhada e precisa, acrescentou Rosenstein.
Nenhum país representa "uma ameaça tão grande e por tanto tempo quanto a China", declarou por sua vez o diretor do FBI, Christopher Wray.
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