Comércio popular tem sábado movimentado, mas ainda não anima lojistas

Lojas da região da 25 de Março e Brás funcionarão neste domingo e na segunda-feira (24)

Heloísa Negrão
São Paulo

As ruas de comércio popular na região central de São Paulo ficaram cheias neste sábado (22), último antes no Natal.

As vias ao redor da rua 25 de Março ainda estavam movimentadas por volta das 16h, horário em que grande parte das lojas começa a fechar e que, em dias normais, já quase não há mais consumidores.

A Univinco, associação dos lojistas da rua 25 de Março, esperava que 1, 2 milhão de consumidores passassem pela região. As lojas ainda abrirão neste domingo e na segunda-feira das 8h às 16h.

Nas últimas semanas, o movimento do comércio ficou aquém do esperado e os comerciantes diziam esperar uma forte melhoria após o pagamento da segunda parcela do 13º.

Depois de um ano fraco no varejo, em razão da paralisação dos caminhoneiros, da Copa do Mundo e das incertezas do período eleitoral, os comerciantes esperam um crescimento de 5% nas vendas de dezembro, de acordo com levantamento da FecomercioSP. 

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Movimentação na rua 25 de Março no último sábado antes do Natal - Nelson Antoine/Folhapress

Na rua 25 de Março, a maior busca neste sábado eram por brinquedos. 

Moradora de Curvelândia, no Mato Grosso, Jaqueline Pinafo, 43, parou em São Paulo em uma escala de viagem e aproveitou para ir à 25 de Março em busca de presentes para as netas e sobrinhas.

“Mesmo em Cuiabá, os brinquedos custam o dobro”, diz. Atendendo ao pedido de Natal das crianças, ela comprou uma barraca e kits de massinha de modelar.

A dona de casa Margarida Francisca Ferreira, 56, moradora de São Miguel, também foi à rua para comprar presente para a neta de 3 anos.

“Eu fiz as compras de Natal, mas ela pediu Friggi Friggi [uma fritadeira de brinquedo], que viu na televisão e no YouTube, e viemos comprar”, diz. Margarida afirmou que o preço pago pelo brinquedo (R$ 160) na região central não estava muito diferente do encontrado em São Miguel Paulista (zona leste).

De acordo com Ondamar Ferreira, gerente do Armarinhos Fernando, a rede espera fechar dezembro com crescimento nas vendas 12% superior a 2017.

Neste sábado, as três lojas da rede eram as mais cheias da rua 25 de Março. Segundo o gerente, ainda é esperado mais 10 mil pessoas no domingo e na segunda-feira.

Marcelo Mouawad, diretor comercial do Grupo Semaan, afirma que apesar do aumento da movimentação na sexta e no sábado, os consumidores estão gastando menos em brinquedos. Ele conta que peças colecionáveis e de baixo valor foram o que fizeram mais sucesso.

“Não tem mais aqueles brinquedos caríssimos, altamente tecnológicos”, afirma.

Mouawad diz que o faturamento do ano deve repetir o de 2017. “Não haverá queda, mas tivemos que trabalhar muito mais para ter o mesmo resultado”, diz.

Nelson Tranquez Junior, presidente Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro relata o mesmo no comércio de roupas do Brás e Bom Retiro.

Com loja nos dois lugares, ele diz que o movimento no Bom Retiro foi menor do que o esperado pelos lojistas neste sábado. O Brás estava mais cheio, porém, com pouco reflexo no aumento das vendas.

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