Diesel nas refinarias pode subir R$ 0,06 com fim da subvenção em janeiro

Petrobras diz que adotará mesmo sistema da gasolina para evitar reajustes

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Rio de Janeiro

O preço do diesel nas refinarias pode subir em média R$ 0,06 por litro, ou 3,3%, a partir do dia 1º de janeiro, quando termina o programa de subvenção federal criado em maio para encerrar a paralisação dos caminhoneiros. 

Nesta sexta (28), a Petrobras informou que adotará para o diesel o mesmo sistema de proteção para evitar reajustes diários vigente no caso da gasolina desde setembro.

O programa de subvenção, que garante ressarcimento de até R$ 0,30 por litro a empresas que se comprometerem a vender diesel por preço tabelado pelo governo, se encerra no próximo dia 31.

O mercado temia alta abrupta do preço de refinaria com o fim do subsídio, mas a queda do petróleo no mercado internacional ajudou a conter o reajuste. 

O subsídio se baseia em um preço de referência calculado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) com base nas cotações internacionais, que simula qual seria o valor de venda se o mercado estivesse liberado.

Para os próximos três dias, o preço de referência para a região Sudeste, por exemplo, é R$ 1,9067 por litro, quase R$ 0,25 abaixo do valor estabelecido no início da fase atual do programa. Isso significa que o subsídio, neste período, será de apenas R$ 0,0543 por litro.

A Abicom (associação que representa as importadoras) e o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) calculam que, se a Petrobras mantiver a paridade de importação ao fim do programa, o reajuste médio em suas refinarias será de R$ 0,06 por litro. 

Considerando que o produto representa quase metade do preço final do diesel nas bombas –o restante são impostos, margens e biodiesel– o repasse ao consumidor seria de até R$ 0,03.

A Petrobras, porém, pode optar por não fazer todo o reajuste no início de janeiro. Nesta sexta, a companhia informou que praticará também para o diesel a chamada “política de hedge”, que consiste no uso de instrumentos financeiros de proteção para segurar altas de preços dos combustíveis.

O modelo foi adotado para a gasolina em setembro, reduzindo a frequência de reajustes nas refinarias e também as críticas de consumidores e políticos contra aumentos diários.

Com a compra e venda de contratos futuros de câmbio e combustíveis para se proteger das flutuações, a estatal poderia segurar os repasses na gasolina por até 15 dias. No caso do diesel, a cotação do produto poderá ser mantida estável nas refinarias por um período de até sete dias.

Segundo a estatal, o novo sistema tem o objetivo de evitar repasses em períodos de forte oscilação nas cotações internacionais e do câmbio.

“A companhia entende ser importante conciliar seus interesses empresariais com as demandas de seus clientes e agentes de mercado em geral”, disse a petroleira, em nota. 

“Sem abrir mão da paridade dos preços internacionais, o instrumento derivativo, a ser aplicado por não mais do que sete dias consecutivos, permitirá à empresa obter um resultado financeiro equivalente ao que alcança com a prática de reajustes diários.”

No texto, a Petrobras diz que escolherá os momentos em que aplicará o instrumento e que não há previsão de aplicação imediata e automática. 

Mas afirma que o novo sistema de reajustes do diesel começa a vigorar a partir do encerramento do programa de subvenção.

O governo Temer separou R$ 9,5 bilhões para garantir o subsídio ao preço do diesel, mas como o petróleo caiu desde o início do programa, a tendência é que sobre dinheiro.

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