Varejo faz Bolsas dos EUA terem maior alta desde 2009

Resultados foram impulsionados pelas vendas do Natal; Dow Jones subiu 4,98%

Filipe Oliveira
São Paulo | Reuters

Após quatro quedas consecutivas, as Bolsas americanas tiveram um dia de forte alta motivada principalmente pelos bons resultados do varejo neste Natal.

O Dow Jones, que concentra as ações de maior liquidez, teve pela primeira vez na história uma alta diária de mais de 1.000 pontos (1.086,25), avançando 4,98% e fechando aos 22.878.45.

Os três principais índices do mercado de ações americano registraram seus melhores resultados em termos percentuais desde março de 2009, quando estavam em meio à volatilidade provocada pela crise financeira da última década.

O S&P 500, que reúne as ações das maiores empresas, fechou em alta de 4,96%.

O Nasdaq, formado por empresas de tecnologia, avançou 5,84%, que, na sexta-feira (21), atingiu o patamar conhecido como "bear market", uma pontuação 20% abaixo do pico registrado em período recente.

O S&P 500 rondava a mesma fronteira na segunda-feira (24).

O ânimo veio, principalmente, da divulgação de dados da empresa de cartões de crédito Mastercard a respeito do varejo americano, indicando um crescimento de 5,1% nas vendas de Natal deste ano, somando cerca de US$ 850 bilhões.

Com o resultado, o melhor em seis anos, varejistas como Amazon e Kohl's tiveram ganhos de mais de 7%.

Ações do setor de energia também se beneficiaram da recuperação do preço do barril de petróleo, que dispararam após terem atingido o menor valor do ano no início desta semana.

Tanto a referência do petróleo dos Estados Unidos quanto a do Brent subiram cerca de 8%, maior avanço diário desde 30 de novembro de 2016, quando a Opep (Organizações dos Países Exportadores de Petróleo) assinou um acordo de cortes da produção.

A tensão dos investidores, causada por preocupações a respeito do potencial de crescimento da economia global, ganhou intensidade após o Fed (banco central dos Estados Unidos) aumentar os juros pela quarta vez no ano na quarta-feira (19).

A decisão desagradou o presidente Donald Trump, que passou a criticar abertamente a instituição. Também circularam rumores de que Trump pretendia demitir Jerome Powell, presidente do Fed.

Outra preocupação dos investidores é com a disputa que o republicano trava no Congresso para aprovar o Orçamento de 2019.

Com o atraso para o fechamento do acordo, o governo está parcialmente paralisado desde o fim de semana, com mais de 380 mil funcionários em férias coletivas.

A economia americana influenciou os mercados internacionais que estiveram abertos um dia após o Natal.

No Japão, onde as ações despencaram 5,01% na terça-feira (25), houve uma leve recuperação, de 0,89% no índice Nikkei 225.

O movimento vai em sentido oposto à da Bolsa sul-coreana (queda de 1,31%). Na China, o índice Shanghai Composite recuou 0,26%.

No Brasil, o Ibovespa caiu 0,65%, fechando a 85.136,10 em um dia de baixa liquidez.

O dólar avançou 0,64% em relação ao real, fechando o dia cotado a R$ 3,9215 na venda.

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