Dólar recua com trégua no exterior e fecha a R$ 3,85

Bolsa brasileira avança, mas não recupera os 87 mil pontos

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São Paulo | Reuters

A trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, baseada em declarações do presidente americano, Donald Trump, fez o dólar recuar nesta quarta-feira e voltar ao patamar de R$ 3,85. A Bolsa brasileira avançou também em linha com o exterior.

A moeda americana interrompeu uma sequência de seis altas consecutivas. No fechamento, perdeu 1,73%, a R$ R$ 3,8530. De uma cesta de 24 divisas emergentes, o dólar perdeu valor para 22 delas. O real foi a segunda que mais ganhou valor nesta quarta, atrás apenas do rand sul-africano. 

Nas últimas semanas, os investidores aumentaram suas posições compradas em dólar em sintonia com o avanço das preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, e com a desaceleração econômica mundial, movimento que içou as cotações locais e foi amplificado pela sazonalidade do período, com as emissões de recursos de empresas a suas matrizes no exterior.

Nesta quarta-feira, no entanto, declarações mais suaves de Donald Trump sobre as relações comerciais com a China despressurizaram o mercado e garantiram a forte queda do dólar ante o real.

Em entrevista à Reuters, Trump afirmou que estão ocorrendo negociações com Pequim por telefone e que ele não elevará as tarifas sobre importações chinesas até que esteja certo sobre um acordo.

Trump também afirmou que vai intervir no caso do Departamento de Justiça contra a executiva da chinesa Huawei Technologies se for do interesse da segurança nacional ou se ajudar a fechar um acordo comercial.

Um tribunal canadense concedeu na terça-feira fiança à vice-presidente financeira da Huawei enquanto ela aguarda audiência de extradição para os EUA.

À tarde, a possibilidade de um acordo entre União Europeia e Itália em relação ao Orçamento do país também reforçou a lista de boas notícias, bem como a possibilidade da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, conseguir se manter no cargo após a votação do voto de censura à sua liderança.

Internamente, agradou ao mercado a informação dada na véspera pelo deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), futuro secretário da Previdência no governo Jair Bolsonaro, de que buscará a aprovação de uma reforma previdenciária nos seis primeiros meses do novo governo.

Os investidores também monitoraram a sessão extraordinária do Tribunal de Contas da União (TCU) para avaliar o processo de revisão do contrato de cessão onerosa entre governo e Petrobras . O TCU, no entanto, pediu mais documentos, adiando a sua decisão para 2019.

"O TCU já deu parecer favorável à revisão do contrato da cessão onerosa sem aval do Congresso, onde o projeto emperrou, depois que Estados e municípios entraram na roda para levar uma parte dos recursos", lembrou mais cedo a corretora H.Commcor em relatório.

Já a Bolsa brasileira avançou, mas não conseguiu recuperar o patamar de 87 mil pontos. O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 0,64%, a 86.977 pontos. O giro financeiro foi de R$ 34,1 bilhões, em sessão também marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro. Isso tende a elevar o volume do pregão.

No exterior, as Bolsas americanas rondavam alta de 1%.

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