Eletropaulo passa a se chamar Enel Distribuição São Paulo

Distribuidora de energia paulista muda de nome após aquisição por grupo italiano

Taís Hirata
São Paulo

A distribuidora de energia paulista Eletropaulo passará a se chamar Enel Distribuição São Paulo, seis meses após a aquisição da empresa pela italiana Enel, anunciou Nicola Cotugno, responsável pela operação da companhia no país, em um evento nesta segunda-feira (3), em São Paulo.

A compra da Eletropaulo ocorreu em junho deste ano, após uma disputa acirrada entre Enel e a espanhola Iberdrola.

Logo da Enel; compra da Eletropaulo ocorreu em junho deste ano, após uma disputa entre a Enel e a espanhola Iberdrola
Logo da Enel; compra da Eletropaulo ocorreu em junho deste ano, após uma disputa entre a Enel e a espanhola Iberdrola - Stefano Rellandini/Reuters

Com a aquisição, o grupo italiano, que atua em mais de 30 países, se tornou a maior companhia na área de distribuição do Brasil, com 17 milhões de clientes atendidos –dos quais 7,2 milhões são da Eletropaulo. 

Além disso, o Brasil passou a ser o segundo principal país do grupo, atrás apenas da Itália.
 
A mudança de marca ocorrerá de forma gradual, segundo o presidente da distribuidora paulista, Max Xavier Lins.
 
A identidade visual nos uniformes dos funcionários e a frota da empresa, por exemplo, será trocada aos poucos. Além disso, a empresa fará uma modernização de subestações, lojas e canais de atendimento, inclusive com o lançamento de um aplicativo da distribuidora nesta semana.
 
A aquisição também marca a entrada da Enel no mercado paulista de forma mais intensiva.
 
A empresa abrirá um escritório no estado, no primeiro semestre de 2019, e planeja expandir sua atuação a outros segmentos além da distribuição, como o mercado livre de energia (em que grandes consumidores, como indústrias, compram a preços diferentes dos consumidores residenciais) e recarga de veículos elétricos.
 
“A chegada de Enel a São Paulo representa um novo conjunto de oportunidades, uma vez que estamos presentes no estado mais industrializado do país”, afirmou Maurizio Bezzeccheri, CEO da Enel América.

 
A empresa anunciou, nos últimos dias, o plano de investir cerca de R$ 3,1 bilhões entre 2019 e 2021 na operação paulista.

Em todo o país, a perspectiva é investir um total de € 4 bilhões (R$ 17,2 bilhões) entre 2019 e 2021 --mais que o dobro do valor anunciado no ano anterior, para o período de 2018 a 2020.
 
Para o responsável da operação brasileira da empresa, a expectativa em relação ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ainda não é clara, mas a visão de sua equipe em relação ao setor, considerado estratégico, não preocupa, diz Cotugno.
 
“A energia é sempre [um setor] estratégico, isso não é novidade. Estamos acostumados a trabalhar intensivamente com os ministros de Energia de todos os governos”, afirmou.

A Enel tem como um dos principais acionistas o governo italiano, que detém 23,6% das ações da holding global. 
 
“Vamos conhecer o plano do setor de energia deste governo, que ainda não está declarado em detalhe, e vamos comentar como se encaixa na estratégia da Enel", completou. 
 
Os investimentos previstos pela Enel para os próximos anos não incluem apenas distribuição.
 
Dos € 4 bilhões (R$ 17,2 bilhões) anunciados, € 2,2 bilhões serão destinados à área de distribuição e outros € 1,6 bilhões (R$ 6,7 bilhões) para projetos de energia renovável.
 
Por fim, € 200 milhões (R$ 858 milhões) devem ser destinados a novos projetos sob o guarda-chuva da Enel X, empresa criada no ano passado e destinada a prestar serviços novos em energia, como infraestrutura de recarga de carros elétricos. ​

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