Ex-executivos da Embraer são condenados por propina na República Dominicana

Eles foram considerados culpados pelo pagamento de US$ 3,5 milhões ao coronel do país

Italo Nogueira
Rio de Janeiro

Dez ex-executivos da Embraer foram condenados nesta segunda-feira (17) pelo juiz Marcelo Bretas por participação no pagamento de propina para militar da República Dominicana em negociação para venda de aeronaves.

Eles foram considerados culpados pelo pagamento de US$ 3,5 milhões ao coronel aposentado da Força Aérea dominicana Carlos Piccini Nunez para garantir a compra de oito aviões Super Tucanos em 2008. A decisão ainda cabe recurso.

O ex-vice-presidente da Embraer Eduardo Munhóz de Campos foi condenado a sete anos de prisão. Outros três ex-vice-presidentes, três ex-diretores e três ex-gerentes foram condenados a seis anos e seis meses de prisão.

O caso da suposta propina foi descoberto pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que informou autoridades brasileiras sobre os delitos. Temendo as punições em relação ao caso, a Embraer colaborou com as investigações americanas e pagou uma multa de US$ 206 milhões.

A empresa também é suspeita de corrupção na Índia, Arábia Saudita e Moçambique.

As investigações contam com dois delatores, sendo um gerente de contratos da própria Embraer, Albert Close, e o empresário Elio Sonnenfeld, representante da empresa brasileira numa negociação na Jordânia.

Eles relataram que o pagamento a Piccini foi pago por meio de contrato da Embraer com Sonnenfeld de representação na Jordânia. Isso gerou ainda uma acusação por lavagem de dinheiro aos envolvidos.

O militar acabou recebendo, por meio de Sonnenfeld, quando já estava dentro do governo dominicano.

Em interrogatório, nenhum executivo assumiu a ordem de incluir neste acordo o pagamento ao militar dominicano. Dois executivos afirmaram ao juiz Marcelo Bretas que o coronel dominicano atuou como representante comercial da empresa no negócio.

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