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Funcionários da KPMG deixam empresa após acusação de assédio sexual e bullying

Anúncio surge depois que concorrente Deloitte anunciou demissão no Reino Unido

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Londres | Financial Times

A KMPG anunciou que sete de seus funcionários no Reino Unido deixaram a empresa devido a comportamento inapropriado, que inclui assédio sexual e bullying, nos últimos quatro anos, se tornando a segunda entre as quatro grandes empresas de auditoria a revelar números a esse respeito.

Anna Kurchas, vice-presidente de pessoal da KPMG, afirmou que as normas de combate a assédio da empresa "proíbem estritamente assédio, agressão e bullying de qualquer espécie".

"Quando nossos trabalhadores são vitimas ou testemunhas de comportamentos que acreditem contrariar essa norma, nós os encorajamos ativamente a reportar os fatos à empresa", ela acrescentou.

Logo da KPMG em sede em Londres
Logo da KPMG em sede em Londres - Reinhard Krause/Reuters

A KPMG disse que as sete pessoas saíram porque foram demitidas ou por escolherem renunciar depois de investigações internas sobre sua conduta.

A revelação surge um dia depois que a concorrente Deloitte anunciou ter demitido 20 funcionários, no mesmo período, por comportamento inapropriado.

"Demitiremos pessoas por qualquer comportamento inapropriado. Ninguém está protegido. Infelizmente, alguns funcionários foram demitidos por comportamento inapropriado, seja de natureza sexual, seja por bullying. Eu gostaria de dizer que não houve nenhum caso desse tipo, mas eles aconteceram", disse David Sproul, presidente-executivo da Deloitte.

Os comentários dele surgem no contexto do movimento #MeToo, que expôs práticas onipresentes de assédio sexual contra mulheres no trabalho, em todo o mundo.

Sproul acrescentou que a Deloitte, que tem cerca de mil funcionários no Reino Unido, reforçou as orientações existentes quanto a conduta apropriada, em resposta ao movimento #MeToo, o que inclui normas sobre convívio social com colegas depois do trabalho.

"Você não pode encontrar um subordinado no bar depois do trabalho, sexta-feira à noite, e presumir que essa pessoa se sente atraída por você [e está à procura] de uma aventura sexual. Não pode e pronto", ele disse. "E é preciso explicar esse fato a algumas pessoas, definitivamente. Por isso fomos muito claros quanto ao que é aceitável em nossa firma".

A PwC (PricewaterhouseCoopers) e a EY (Ernst & Young), as duas outras das quatro grandes empresas de auditoria, se recusaram a revelar estatísticas quanto a esse tipo de caso.

"Temos o compromisso de criar um negócio inclusivo, equitativo e diversificado, e não toleramos assédio ou bullying", disse a PwC.

"Atualizamos nossas normas regularmente e recentemente estabelecemos uma nova norma inclusiva e positiva para os locais de trabalho, e oferecemos orientação adicional ao nosso pessoal sobre assuntos como padrões esperados de comportamento e comportamento em eventos sociais", a empresa acrescentou.
 
Tradução de PAULO MIGLIACCI

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