Leilão de transmissão atrai forte disputa e deve gerar R$ 13,2 bi de investimentos

Até agora, a espanhola Neoenergia foi destaque da concorrência

Taís Hirata
São Paulo

O leilão de linhas de transmissão de energia promovido pelo governo nesta quarta-feira (20) deverá gerar um investimento recorde para um certame do gênero: R$ 13,2 bilhões.

Serão leiloados 16 lotes, com 7.152 quilômetros de linhas e subestações em 13 estados do país. Até agora, metade deles já foram leiloados --uma pausa para almoço interrompeu o certame, que será retomado à tarde. 

Tal como nos últimos leilões de transmissão, a disputa está forte, e os descontos oferecidos pelas empresas, altos. 

A concorrência ficou clara pela longa fila em frente à sede da B3, no centro de São Paulo, onde o leilão é realizado. O certame estava marcado para iniciar às 9h, mas teve atrasos devido à grande quantidade de participantes e problemas no processo de credenciamento.

Fila em frente à sede da B3, no Centro de São Paulo, para entrar no leilão de transmissão de energia
Fila em frente à sede da B3, no Centro de São Paulo, para entrar no leilão de transmissão de energia - Taís Hirata/Folhapress

Nas primeiras oito concorrências, o deságio se manteve alto, entre 45% e 57%, em patamar semelhante ao do último leilão do gênero, realizado em junho. No setor elétrico, os preços nos leilões têm tetos. Quanto maior o desconto —chamado de deságio—, menor será o valor que o consumidor vai pagar na tarifa de energia. 

Até agora, o grande vencedor do certame foi a Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola. A companhia arrematou os três maiores lotes até agora: um em Santa Catarina e dois no Rio de Janeiro. Somados, eles preveem R$ 4,88 bilhões em investimentos e uma receita anual de R$ 380,3 milhões, em contratos de 30 anos. 

O prazo para que os empreendimentos entrem em operação comercial varia entre 48 e 60 meses, o que significa que boa parte desses recursos serão investidos nos próximos cinco anos. 

Também estiveram presentes nos lances até agora diversas grandes empresas do setor, como a chinesa State Grid, a francesa Engie, a indiana Sterlite Power, a Energisa, da EDP e fundos de investimentos. 

Na segunda parte do certame, ainda serão leiloados importantes lotes de linhas de transmissão. O destaque são os localizados no Sul do país, muitos deles empreendimentos não realizados pela Eletrosul e que serão levadas novamente a leilão após a rescisão do contrato pelo governo. 

 

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