Tribunal japonês prorroga prisão de Carlos Ghosn por 10 dias

Ex-presidente da Nissan enfrenta novas acusações de crimes financeiros

O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn fala durante um evento
O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn é investigado por crimes financeiros - AFP
Tóquio | Reuters e AFP

O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn passará o Natal e o fim de ano na prisão, depois que a justiça japonesa decidiu prolongar sua detenção até 1 de janeiro.

O executivo tem enfrentado novas acusações de ter empurrado para a empresa US$ 16,6 milhões de perdas em investimentos pessoais.

"Hoje foi tomada a decisão de manter (Ghosn) na prisão. O período de detenção terminará em 1 de janeiro", anunciou a Corte de Distrito de Tóquio em um comunicado.

A decisão não significa que Ghosn será liberado no dia 1 de janeiro, já que a Promotoria pode solicitar nesta data a prorrogação da detenção por mais 10 dias, se considerar que a investigação exige a medida. 

​Ghosn foi preso novamente na sexta-feira (21) sob suspeitas de que teria feito manobras por volta de outubro de 2008 para colocar sob responsabilidade da Nissan perdas pessoais de 1,85 bilhões de ienes, ou US$ 16,6 milhões.

As acusações são de que Ghosn causou danos à Nissan ao fazer com que ela depositasse um total de US$ 14,7 milhões em quatro ocasiões entre junho de 2009 e março de 2012 em uma conta bancária relacionada a ele.

 

CRONOLOGIA

19.nov.
Presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn é preso por supostas violações financeiras no Japão; o diretor da Nissan Greg Kelly também é detido, suspeito de envolvimento no caso

21.nov.
Tribunal de Tóquio mantém as prisões de Ghosn e de Kelly por 10 dias

22.nov.
Conselho da Nissan tira Ghosn da presidência do colegiado e Kelly da direção da montadora

25.nov.
Ghosn se pronuncia pela primeira vez desde a detenção e nega as acusações

26.nov.
Conselho de administração da Mitsubishi Motors remove Ghosn da presidência do colegiado

30.nov.
Tribunal de Tóquio aceita estender até 10 de dezembro a detenção de Ghosn

10.dez.
Procuradores de Tóquio indiciam oficialmente Ghosn por subdeclarar sua renda e prorrogaram sua detenção. Nissan também é indiciada por apresentar declarações financeiras falsas

11.dez
Tribunal de Tóquio rejeita recurso apresentado pelos advogadosde Ghosn para ele ser libertado

12.dez.
Tribunal brasileiro decide que Ghosn deve ter acesso a apartamento no Rio de Janeiro para recuperar pertences

13.dez.
Nissan afirma que Ghosn e seus representantes não têm direito a acessar o apartamento do Rio e que o conteúdo de três cofres existentes no imóvel podem conter evidência contra o executivo. Na mesma data, o conselho administrativo da Renault ratifica Ghosn como presidente da multinacional

14.dez.
Nissan informa que representantes de Ghosn recuperaram documentos do apartamento corporativo no Rio

20.dez.
Tribunal de Tóquio decide não prorrogar a prisão de Carlos Ghosn

21.dez.
Promotoria de Tóquio faz nova acusação e consegue impedir a soltura do empresário. Kelly, porém, deve deixar a cadeia

23.dez.
Justiça japonesa decide prolongar a detenção de Ghosn por mais dez dias

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