Descrição de chapéu Governo Bolsonaro Previdência

Ataque a privilégios dará o tom à reforma da Previdência, diz secretário

Rogério Marinho diz que recebeu como missão de Bolsonaro que todos participem do esforço

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São Paulo

A reforma da Previdência a ser apresentada pelo governo Bolsonaro não terá exceções: o ataque a privilégios e a participação de todos os entes darão a tônica da proposta, disse nesta quarta-feira (30), o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. 

“Todos precisam participar do esforço”, disse ele, ao ressaltar que essa foi uma recomendação recebida do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda no início dos trabalhos. 

Marinho não ofereceu nenhum detalhe sobre a proposta a ser apresentada, pois a prioridade é que Câmara e Senado sejam os primeiros a conhecer o texto, afirmou ele, que voltou a dizer que o documento deve ser apresentado ao plenário da Câmara entre a segunda e a terceira semana de fevereiro. 

Marinho disse ainda que não vê possibilidade de a reforma não ser aprovada, pois o tema, avaliou, “amadureceu na sociedade brasileira”.

Ele assegurou que a “nova Previdência” vai levar em conta princípios de justiça social – "quem tem mais vai pagar mais” – e reforçou a importância de governos estaduais participarem do esforço de aprovação.  

O presidente, Jair Bolsonaro, cumprimenta o secretário da Previdência, Rogério Marinho, no Planalto, com a presença do vice-presidente, Hamilton Mourão.
Presidente Jair Bolsonaro, acompanhado do vice-presidente Hamilton Mourão e do secretário da previdência Rogério Marinho no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

“Estamos assistindo estados brasileiros terem suas estruturas financeiras praticamente arruinadas. Sou do Rio Grande do Norte e há quatro meses no meu estado não se paga salário. Então, é evidente que esse sistema atual precisa ser reconstruído”, disse. 

Marinho se reuniu a portas fechadas em São Paulo com alguns governadores para “ouvir sugestões em relação ao projeto.”

No evento organizado pela Comunitas, organização voltada para a gestão pública, estavam presentes os governadores João Doria (SP), Eduardo Leite (RS), Helder Barbalho (PA), além do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, e o da Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles.

Renan Filho (AL) estava na programação, mas não compareceu. Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, e de Minas Gerais, Romeu Zema, participaram do encontro por teleconferência — uma mostra do grupo de estados que apoiam a proposta de reforma a ser apresentado pelo governo.

Em 26 de fevereiro, os 27 governadores devem se reunir em Brasília com o ministro Paulo Guedes e o secretário Rogério Marinho para voltar a discutir o tema da Previdência. 

Para Doria, reforma será aprovada, "resguardadas situações novas" 

Entre os governadores presentes ao encontro, Doria disse ter convicção que a maioria expressiva dos 27 governadores vai mobilizar suas bancadas a favor da reforma. 

Segundo ele, mantida a atual situação, a reforma da Previdência vai ser aprovada, “resguardadas situações novas que possam surgir no âmbito político cujo horizonte nesse momento não somos capazes de prever”, afirmou.

Exemplificando a condição financeira difícil dos estados, Hélder Barbalho disse que o déficit da Previdência do Pará é de R$ 1,4 bilhão e supera os gastos com investimentos.

Eduardo Leite afirmou que o déficit do Rio Grande do Sul neste ano deve chegar a R$ 2 bilhões, sem incluir restos a pagar da administração anterior. 

Presente no evento, Mansueto Almeida, do Tesouro, disse que a expectativa é que a reforma seja aprovada ainda neste ano e, assim que engatilhada, o governo fará tudo o que for necessário para ajudar os estados a voltar a investir.

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