Bolsonaro chama ex-gerente da Petrobras de petista e defende indicação de amigo

Mais cedo, o presidente tuitou dizendo que não indicaria inimigos para seu governo

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a defender, na noite desta sexta-feira (11), a indicação do capitão Carlos Victor Guerra Nagem para a gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras.

" O capitão Nagem, funcionário da Petrobrás, ocupará a vaga da petista Regina Miki (foto) na Chefia de Segurança."

Nagem já se candidatou a cargos públicos pelo PSC, em 2002 e 2016. Durante última campanha a vereador da capital paranaense, ele contou com o apoio do atual presidente, que aparece em vídeo pedindo votos para aquele que chama de "amigo particular".

Na postagem, Bolsonaro publica uma foto de Regina Miki com pessoas atrás dela segurando cartazes de Dilma Rousseff.

Amiga do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, a advogada Regina Maria Filomena de Luca Miki esteve por quase seis anos à frente da Secretaria de Segurança do Ministério da Justiça.

Foi exonerada em junho de 2016, na interinidade de Temer. A convite do ex-chefe da Petrobras, Pedro Parente, ela assumiu a Gerência Executiva de Inteligência da Petrobras em dezembro do mesmo ano, um mês depois de solicitar sua desfiliação do PT. 

Antes de chegar ao governo federal, ela foi secretária da Prefeitura de Diadema, na gestão de José De Filippi —tesoureiro de duas campanhas presidenciais do PT.

A advogada também foi uma das estrelas dos comerciais da estatal veiculados em 2018, que falavam sobre as medidas anticorrupção adotadas após a Lava Jato. O vídeo em que ela dá o depoimento não está mais disponível no canal da estatal no YouTube.

Bolsonaro também anunciou o nome do tenente Marcelo Dias para a Gerência de Inteligência. De acordo com o presidente, ele volta para o posto após ter sido tirado por Miki.

Mais cedo, Bolsonaro disse que não indicaria inimigos para o seu governo.

"Peço desculpas à grande parte da imprensa por não estar indicando inimigos para postos em meu governo!".

Na noite de quinta (10), o presidente já havia se manifestado em defesa de Nagem. Com uma imagem de nota da Petrobras com o currículo do indicado, Bolsonaro escreveu: “A era do indicado sem capacitação técnica acabou, mesmo que muitos não gostem. Estamos no caminho certo!"

Mais tarde, ele apagou o tuíte e o substitui por outro sem a frase. Manteve apenas o início do texto: “A seguir o currículo do novo Gerente Executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras, mesmo que muitos não gostem, estamos no caminho certo!”

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, negou em entrevista à Folha que a indicação tenha motivação política. Ele defendeu a experiência de Nagem na área, dizendo que o indicado trabalha há seis anos na área de segurança empresarial da Petrobras.

Não recebi pedido ou indicação de ninguém", disse. "Escolhi a melhor pessoa que entrevistei." 

Em nota, a Petrobras diz que Nagem é graduado em Administração pela Escola Naval, possui mestrado pela Coppead, da UFRJ, e dez anos de docência no ensino superior. 

A gerência de Segurança e Inteligência Corporativa foi um dos primeiros alvos da nova gestão da Petrobras. Ainda no período de transição, a empresa demitiu a gerente anterior, Regina de Luca, que é historicamente ligada ao PT e havia sido nomeada por Pedro Parente.

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