Déficit em transações correntes do Brasil dobra em 2018, para US$ 14,5 bi

Gastos de brasileiros no exterior ficaram em US$ 12,346 bi, queda de 6,4% ante 2017, diz BC

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Brasília | Reuters

O déficit em transações correntes do Brasil dobrou em 2018, a US$ 14,511 bilhões, principalmente pelo resultado mais fraco da balança comercial, mas num patamar ainda confortável para o país, informou o Banco Central nesta segunda-feira (29).

Após um rombo em transações correntes de US$ 815 milhões em dezembro, o país fechou os 12 meses do ano com um déficit equivalente a 0,77% do PIB (Produto Interno Bruto), ante percentual de 0,35% do PIB em 2017.

"Não obstante tenha havido um aumento em relação ao ano anterior, este déficit em transações correntes ainda é um déficit baixo para os padrões da economia brasileira. Então [é] um déficit baixo que não apresenta riscos do lado externo da economia brasileira e [que é] mais do que inteiramente financiado pelos fluxos de investimento direto no país", afirmou o chefe do Departamento Estatísticas do BC, Fernando Rocha.

Em 2018, o saldo da balança comercial ficou positivo em US$ 53,587 bilhões, uma queda de 16,3% em relação ao ano anterior. O movimento teve como pano de fundo um aumento mais acelerado das importações no ano (+21%) que das exportações (+10%), em meio à melhoria da atividade econômica.

Já antevendo essa dinâmica, o BC estimou em dezembro que o déficit em transações correntes ficaria um pouco pior em 2018, em US$ 17,6 bilhões. Para 2019, a estimativa é de um rombo de US$ 35,6 bilhões.

Isso porque a expectativa é que o saldo positivo da balança comercial caia mais uma vez, diante de maior fôlego esperado para a atividade. Na mais recente pesquisa Focus, feita pelo BC junto a uma centena de economistas, a expectativa é que o PIB tenha crescido 1,27% no ano passado. Para este ano, a perspectiva é de uma alta de 2,5%.

Em relação os investimentos diretos no país (IDP), o ingresso foi de  US$  8,950 bilhões em dezembro, encerrando 2018 em  US$  88,314 bilhões. No ano, o patamar chegou a 4,7% do PIB, nível mais elevado para o acumulado do IDP desde junho de 2001, quando foi de 4,79%, destacou o BC.

Para o IDP, o BC havia estimado um patamar menor, de US$ 83 bilhões em 2018, subindo a US$ 90 bilhões este ano.

Como o fluxo de investimentos estrangeiros segue superando com folga o déficit em transações correntes, a avaliação do mercado é que o país segue com uma situação confortável em seu balanço de pagamentos, algo que pode ajudá-lo a atravessar momentos de turbulência nos mercados.

Em 2018, os gastos líquidos de brasileiros no exterior ficaram em US$ 12,346 bilhões, queda de 6,4% sobre o ano anterior.

Por outro lado, as remessas de lucro e dividendos de multinacionais instaladas no Brasil cresceram 7,1% na mesma base de comparação, a US$ 16,946 bilhões.

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