Equatorial vai refinanciar dívidas de Ceal e Cepisa, diz diretor

Empresa comprou distribuidoras da Eletrobras no fim de dezembro

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Reuters

A Equatorial Energia pretende refinanciar dívidas das distribuidoras de energia Ceal e Cepisa em busca de taxas mais atrativas, disse nesta quinta-feira (3) o diretor financeiro da companhia, Eduardo Haiama. As distribuidoras foram compradas em leilões de privatização da Eletrobras, no fim de dezembro.

Com ativos também em geração e transmissão, a Equatorial ampliará sua base de clientes no setor de distribuição de eletricidade em 50% com a compra das estatais. O negócio deve ser concluído até março, quando a empresa espera assinar o contrato para assumir as operações da Ceal.

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Representantes do BNDES, da Equatorial e o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, no leilão da Ceal  - Zanone Fraissat/Folhapress

O número de consumidores atendidos pelo grupo Equatorial chegará assim a quase 7,5 milhões de clientes, o que significa uma participação de cerca de 10 por cento no mercado de distribuição de energia do Brasil, segundo Haiama.

Durante teleconferência com analistas sobre o negócio, Haiama lembrou que as distribuidoras já controladas pelo grupo, Celpa e Cemar, têm conseguido realizar captações com custos bem menores que os negociados pelas empresas da Eletrobras, que enfrentavam dura crise financeira antes de serem vendidas.

“Não faz muito sentido para a gente querer carregar muito tempo uma dívida mais cara. A gente vai estar obviamente, no tempo, buscando refinanciar. Qual a velocidade? Conforme vamos tendo oportunidade de estar captando, é isso que estaremos fazendo... a ideia é buscar, sim, fazer o mais rápido possível”, explicou o executivo.

A Equatorial deverá assumir uma dívida líquida ajustada de cerca de 1,2 bilhão de reais da Ceal.

Esse valor já desconsidera cerca de 400 milhões de reais em débitos da companhia que serão cobertos com um empréstimo emergencial proveniente de um fundo do setor elétrico, cujos custos poderão ser repassados posteriormente às tarifas.

A autorização para o repasse do empréstimo à distribuidora foi dada pelo Ministério de Minas e Energia nos últimos dias de 2018, pouco antes do leilão de privatização da Ceal, realizado em 28 de dezembro.

Além das dívidas, a Ceal possui ainda 446,8 milhões de reais em contingências e pagamentos em atraso, dos quais ao menos 200 milhões de reais a Equatorial pretende quitar logo que assumir o controle da companhia, disse Haiama.

TRANSMISSÃO

O diretor financeiro da Equatorial afirmou ainda que a companhia obteve ao longo de 2018 cerca de 2,3 bilhões de reais em crédito para seus projetos no setor de transmissão de energia, o que representa cerca de 63 por cento da necessidade de financiamento de longo prazo dos empreendimentos.

Além disso, a companhia obteve licenças ambientais de instalação para todos seus oito lotes de projetos de transmissão, arrematados após leilões do governo federal.

Segundo Haiama, as obras já foram iniciadas em quatro dos empreendimentos, chamados pela empresa de SPEs 1, 2, 7 e 8.

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