Os advogados de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, foram impedidos de visitá-lo no centro de detenção em Tóquio nesta quinta-feira (10), sob a alegação de que ele estaria doente.
Segundo a família, o executivo teria sido diagnosticado com febre alta. Ghosn sofre de pressão alta e perdeu muito peso na prisão. Ele está detido desde 19 de novembro, acusado de esconder parte de sua renda do fisco japonês para pagar menos impostos.
“As autoridades japonesas se recusam as nos dizer se ele foi transferido para uma enfermaria, nem nos deixam falar com os médicos do centro de detenção. Estou suplicando que nos forneçam qualquer informação sobre a saúde do meu marido”, afirmou, por meio de um comunicado, Carole Ghosn, esposa do executivo.
Os diplomatas também não estão sendo autorizados a visitar Ghosn, que ainda preside a francesa Renault. Ele tem cidadanias brasileira, francesa e libanesa.
Segundo o advogado José Roberto Castro Neves, contratado pelo executivo no Brasil, a família de Ghosn vai pedir em breve formalmente ao Itamaraty que interfira no caso, alegando questões humanitárias agora que ele está doente.
Conforme a Folha revelou, uma irmã de Ghosn já vinha em contato com as autoridades brasileiras. A família quer que o Brasil interfira, porque o país é considerado mais relevante que o Líbano e mais isento que a França.
Nesta sexta-feira (11), está marcada nova audiência de fiança do caso. Informações extraoficiais, no entanto, são de que a promotoria japonesa prepara outra acusação para mantê-lo na cadeia.
Pela legislação do Japão, um suspeito pode ficar preso até 20 dias sob o argumento de não atrapalhar as investigações. Se houver nova acusação, o tempo começa a contar novamente. As prisões demoram tanto que os suspeitos acabam confessando, o que gera alta taxa de condenação.
A detenção de Ghosn já foi renovada uma vez, mas ele continua sustentando sua inocência. O executivo alega que foi preso para evitar a fusão definitiva entre as montadoras Nissan e Renault. O caso atraiu atenção internacional.
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