O presidente do conselho da Huawei, Guo Ping, rebateu as acusações de espionagem contra a empresa em seu discurso na abertura do segundo dia de Mobile World Congress, principal evento do mundo para o setor de telecomunicações, nesta terça (26), em Barcelona.
O presidente dos EUA, Donald Trump, acusa a Huawei de inserir "backdoors", uma espécie de grampo para dados, em seus produtos a fim de coletar informações para o governo chinês.
"A Huawei não colocou, nem vai colocar backdoors em seus produtos", afirmou Ping. "A ironia é que os EUA têm a capacidade de acessar informações além de suas fronteiras."
Em sua exposição, Ping citou tweet de Trump da última quinta (21), que parece uma sugestão de trégua com a empresa.
“Eu quero 5G nos EUA o mais rápido possível. As empresas americanas precisam acelerar os seus esforços ou ficar para trás. Eu quero que os EUA vençam através da competição, e não pelo bloqueio de tecnologias neste momento mais avançadas”, escreveu Trump.
O executivo da Huawei aproveitou esse ensejo para falar, frente a alguns dos principais executivos do setor, governantes e reguladores, sobre o que diz ser uma qualidade superior de seus produtos. Destacou também a segurança das soluções oferecidas pela empresa. "Se têm dúvidas, perguntem ao [Edward] Snowden o que ele acha."
O mercado de infraestrutura 5G é dominado pelas chinesas Huawei e ZTE, bem como pela finlandesa Nokia e pela sueca Ericsson.
Os EUA tentaram convencer os países europeus a também abandonar os produtos das chinesas, mas não têm obtido tanto sucesso devido ao baixo custo delas em relação às concorrentes diretas.
Além da espionagem, o governo americano acusou a Huawei de roubo de tecnologia, obstrução da justiça e apoio a bancos para desvio das sanções ao Irã. A diretora financeira da Huawei chegou a ser detida no Canadá após as acusações.
Em resposta, a China disse que os EUA fizeram "manipulação política" do caso, no contexto de uma guerra comercial travada entre os dois países.
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