A Ambev, maior cervejaria da América Latina, espera acelerar o crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no Brasil em 2019, apoiada nos sinais de melhora da economia, disseram executivos da companhia nesta quinta-feira (28).
"Estamos em posição muito melhor em termos de portfólio em relação a anos anteriores para nos beneficiarmos integralmente da recuperação da economia", afirmou o presidente da Ambev, Bernardo Paiva, em teleconferência sobre o balanço do quarto trimestre e do consolidado de 2018.
Questionado se a aceleração do Ebitda se daria via preços ou volumes de vendas maiores, o executivo citou oportunidades para ganhar eficiência e melhorar as margens, mas alertou que o desempenho operacional também se sujeitará à volatilidade das commodities.
Entre os fatores que sustentam o otimismo da cervejaria neste início de ano, o vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Fernando Tennenbaum, destacou o equilíbrio do portfólio de marcas e o carnaval mais tardio, o que prolonga o consumo festivo de bebidas.
Na avaliação dele, a retomada econômica no Brasil tende a favorecer o segmento de marcas premium, que seguirão ganhando participação de mercado e ainda mais relevância na operação local da Ambev.
"Já vinha crescendo durante a crise e ganhando participação, então certamente crescerá no futuro... E é uma tendência no mundo inteiro, com os mercados mais sofisticados e o consumidor querendo novos produtos", explicou Tennenbaum em entrevista a jornalistas posteriormente, acrescentando que a estratégia de negócios se baseia na combinação de marcas diferenciadas.
Como parte dos mais recentes esforços para fortalecer o portfólio, a companhia lançou duas cervejas com apelo regional: a Nossa, em Pernambuco, em setembro, e a Magnífica, no Maranhão, em dezembro.
No quarto trimestre, a Ambev reportou alta de cerca de 5 por cento no lucro líquido, para 3,46 bilhões de reais, elevando o resultado anual a 11,38 bilhões de reais, alta de 44,9 por cento sobre 2017. O Ebitda ajustado subiu 2,5 por cento no trimestre e 4,7 por cento no ano.
Em comentário a clientes, a equipe do Credit Suisse disse que a cervejaria entregou um trimestre acima do esperado pelo banco, destacando o ganho de participação de mercado no segmento premium puxado pelas marcas Corona e Stella Artois.
Para 2019, entretanto, a companhia prevê alta de 15 por cento no custo do produto vendido por hectolitro no Brasil em razão da depreciação do real e preços mais altos de commodities.
Apesar disso, Tennenbaum alertou que a companhia não planeja repassar ao consumidor mais que a inflação. "Nosso último aumento de preço foi em julho do ano passado... Esse aumento de custos não vai mudar nossa estratégia de precificação", disse.
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