Bolsa e dólar sobem com investidores avaliando repercussão de reforma da Previdência

Texto apresentado ao Congresso foi bem recebido, mas deve sofrer desidratação

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São Paulo | Reutes

A Bolsa fechou nesta quinta-feira (21) em alta, após um pregão marcado por bateria de resultados corporativos, enquanto investidores continuaram repercutindo a proposta de reforma da Previdência e monitorando Wall Street. O dólar também avançou.

O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 0,40%, a 96.932 pontos, após oscilar da mínima de 95.793,10 pontos à máxima de 97.231,40 pontos. O volume financeiro somou R$ 16,25 bilhões.

Investidores continuaram repercutindo a proposta de reforma da Previdência encaminha ao Congresso Nacional na quarta-feira, que, entre outras mudanças, prevê endurecer a concessão de benefícios assistenciais e equalizar a idade mínima de aposentadoria nos serviços público e privado.

Para o gestor Rodrigo Galindo, sócio da Novus Capital, momentos de volatilidade são esperados nos próximos dois a três meses, durante a tramitação da proposta, mas ele ressaltou que vê qualquer realização de lucros na bolsa como oportunidade para aumentar sua exposição a ações brasileiras.

"Acreditamos que a reforma vai acontecer", afirmou, ressalvando que o projeto deve sofrer uma desidratação, com a economia final alcançando cerca de R$ 800 bilhões no prazo de 10 anos, ante estimativa da equipe econômica de pouco mais de R$ 1 trilhão.

No exterior, números fracos sobre a economia norte-americana pressionaram os pregões em Wall Street, onde investidores também continuaram na expectativa de novidades sobre as negociações comerciais entre EUA e a China. O S&P 500 fechou em baixa de 0,35%.

Já o dólar fechou o pregão em alta de 0,88%, a R$ 3,7620, na contramão da maioria das divisas emergentes, que ganharam força ante a moeda americana. 

Segundo analistas, reflexo do receio com o ritmo de tramitação da reforma da Previdência no Congresso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), determinou nesta quinta-feira o envio da proposta de Previdência à Comissão de Constituição e Justiça, onde começará a tramitar, antes do colegiado começar os trabalhos. Maia pretende instalar a CCJ na próxima terça-feira.

O movimento acontece num momento político delicado para o Planalto, o que levanta questões sobre quanto do texto original proposto conseguirá ser mantido e sobre o tempo de tramitação.

"O timing dessa aprovação é que vai garantir um bom governo. Se passarem os meses e não andar, o resto tudo vai parando", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, referindo-se a outras medidas econômicas como reforma tributária e concessões.

"O investidor nacional tem visão mais otimista... O estrangeiro se mantém cauteloso, vai esperar o andamento disso, vai sentir o clima, a recepção dos parlamentares", disse o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

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