BRF vende ativos na Europa e na Tailândia para Tyson Foods por R$ 1,25 bilhão

Companhia informou ainda que vai levar mais seis meses para cumprir meta de redução de dívida

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São Paulo | Reuters

A exportadora de carne de frango BRF anunciou nesta quinta-feira (7) a venda de operações na Europa e Tailândia para a americana Tyson Foods por US$ 340 milhões (R$ 1,25 bilhão) e informou que vai levar mais seis meses para cumprir meta de redução de dívida definida em meados do ano passado.

A venda de ativos para a Tyson incluiu quatro fábricas na Tailândia, uma na Holanda e uma no Reino Unido.

A BRF tinha meta de vender R$ 5 bilhões em ativos até o final de 2018, mas a companhia informou nesta quinta que o total a ser arrecadado será de cerca de R$ 4,1 bilhões.

"Em função disso, a companhia estima que a razão entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficará em torno de cinco vezes no quarto trimestre de 2018, incluindo os efeitos pro forma de todas as vendas de ativos já anunciadas, e aproximadamente 3,65 vezes no quarto trimestre de 2019, o que representa um adiamento de seis meses para o alcance das metas", afirmou a BRF em comunicado à imprensa.

No final de junho do ano passado, quando anunciou as metas, em meio aos impactos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, o presidente-executivo da BRF, Pedro Parente, havia afirmado que a empresa via como boas as chances de vender os R$ 5 bilhões em ativos na segunda metade de 2018 e que a empresa não faria nenhum desconto nos preços dos ativos. "Vamos vender pelo valor justo e de mercado", afirmou o executivo na ocasião.

BRF anunciou venda de operações na Europa e Tailândia para americana Tyson Foods
BRF anunciou venda de operações na Europa e Tailândia para americana Tyson Foods - Paulo Whitaker/Reuters

LUCRO

A BRF espera elevar sua margem de lucro em 2019, atingir a normalidade do indicador no ano que vem e superar o índice em 2021, após a conclusão de plano de reestruturação da companhia, que não conseguiu levantar os R$ 5 bilhões com venda dos ativos.

Em teleconferência com jornalistas nesta quinta-feira (7), após anunciar a última leva de venda de ativos da companhia, o presidente-executivo da BRF, Pedro Parente, afirmou que a empresa chegou a analisar oportunidades de vendas adicionais de ativos, mas considerou que tais operações são estratégicas e que o caixa da empresa é suficiente para lidar com suas obrigações de dívida.

"Buscamos como meta de cruzeiro para alavancagem entre 1,5 vez e 2 vezes (Ebitda). Estabelecemos para 2019 meta de 3,65 vezes. A partir daí vamos buscar entre 1,5 vez e 2 vezes o mais rápido possível", disse Parente.

"Para margens (Ebitda), o que estamos dizendo é que queremos 2019 superior a 2018. Em 2020 queremos voltar aos níveis históricos e em 2021 margens acima do histórico", acrescentou, sem informar qual seria o nível histórico para a BRF.

Por sua vez, o vice-presidente executivo global da companhia, Lorival Luz, afirmou que a BRF está com nível de estoque de produtos em 2019 de 1,5 vez o necessário para suas operações neste ano, uma situação melhor em relação ao nível que atingiu mais de quatro vezes o que seria um estoque adequado em 2018, quando a Europa suspendeu importações de carne de frango de várias fábricas brasileiras. "Não teremos essa pressão em 2019 para desova de produtos", afirmou o executivo.

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