Diante de oposição, Amazon estuda desistir de nova sede em Nova York

Políticos e organizações ativistas criticam concessão de altos subsídios à companhia

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A Amazon está reconsiderando seus planos de criar 25 mil empregos em um novo campus em Nova York, diante de uma onda de oposição de políticos locais, de acordo com duas pessoas informadas sobre os planos da empresa.

A companhia não alugou ou adquiriu imóveis comerciais para o projeto, o que facilitaria um recuo quanto ao seu compromisso.

Ao contrário da Virgínia —onde os líderes eleitos rapidamente chancelaram um plano de incentivo para um segundo complexo de escritórios da Amazon—, a aprovação final no estado de Nova York não deve surgir antes de 2020.

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Manifestantes protestam em Nova York contra os planos da Amazon de construir uma sede em Long Island - Drew Angerer-30.jan.2019/Getty Images/AFP

As autoridades do Tennessee também apoiaram os planos da Amazon para criar 5.000 postos de trabalho em Nashville. Na semana passada, o governo da cidade aprovou US$ 15,2 milhões (R$ 56,5 milhões) em melhorias nas estradas, esgotos e outros sistemas, em apoio ao projeto.

Executivos conduziram discussões internas recentemente para reavaliar a situação em Nova York e buscar alternativas, disseram as duas pessoas.

Elogiado como uma vitória econômica quando foi anunciado pelo governador Andrew Cuomo e o prefeito Bill de Blasio, ambos democratas, o projeto, no bairro de Long Island City, no Queens, agora vem enfrentando críticas muito severas de políticos e organizações ativistas indignados com a concessão de subsídios gigantescos à companhia de maior valor de mercado no planeta, comandada pelo homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, também dono do jornal The Washington Post.

Nas últimas duas semanas, o senado estadual de Nova York indicou um crítico declarado da Amazon para um posto em um conselho no qual ele poderia vetar o projeto.

O Legislativo municipal pela segunda vez interpelou os executivos da Amazon, em uma audiência na qual ativistas vaiaram a empresa e exibiram faixas contra ela.

Autoridades importantes, como a deputada federal Alexandra Ocasio-Cortez, eleita por um distrito vizinho ao local proposto para o campus, se mobilizaram contra o projeto.

E oponentes estão batendo de porta em porta para alertar os moradores do Queens sobre a possibilidade de aumentos de aluguéis e de terem de deixar suas casas, mais ou menos como aconteceu em Seattle durante o explosivo crescimento da companhia lá.

Não está claro qual seria o plano B da empresa se o projeto em Nova York fracassar.

A Amazon pode abrir mão do pacote de incentivo e contratar menos pessoal ou buscar outra jurisdição para criar todos ou parte dos postos de trabalho planejados para Nova York.

The Washington Post, tradução de Paulo Migliacci

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