Ghosn passou para Renault-Nissan conta de hotel de luxo no Rio, diz agência

Ex-diretor das montadoras teria usado mais de US$ 250 mil para presentear casais próximos a ele

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Paris

O ex-diretor-geral da Renault e da Nissan, Carlos Ghosn, usou mais de US$ 250 mil (R$ 930 mil) da joint venture formada pelas duas montadoras para presentear oito casais próximos a ele com estadas em um hotel de luxo do Rio durante o Carnaval de 2018.

A informação é da agência France Presse, segundo a qual os convidados pagaram suas próprias passagens de avião, mas foram paparicados na capital fluminense com hospedagem, transporte e outros mimos de alto padrão.

O grupo ficou no hotel Hilton, no Leme (antigo Méridien), na zona sul, de frente para o mar, de 9 a 14 de fevereiro do ano passado.

Ghosn está preso em Tóquio desde novembro do ano passado, sob a acusação de não declarar parte de seus rendimentos à frente da Nissan e de utilizar dinheiro da empresa para cobrir perdas pessoais com investimentos.

Responsável por reerguer a montadora japonesa nos últimos 20 anos, o brasileiro (também cidadão francês e libanês) foi destituído do comando do conselho da firma horas depois de ser detido. Passados quatro dias, a Mitsubishi, que ele também chefiava, fez o mesmo. Já a Renault só o substituiu em janeiro deste ano.

Ghosn afirma ser vítima de um complô armado por executivos da Nissan contrários a uma maior integração com a empresa francesa –que controla 43% das ações da parceira.

No caso dos convites para a festa carioca, a fatura enviada à holding Renault-Nissan, sediada na Holanda, foi de US$ 257 mil (R$ 953 mil). O grupo incluía o presidente de um banco libanês em cujo conselho diretor Ghosn tem assento, um deputado libanês e o presidente dos correios do Líbano.

“As relações de amizade não excluem as de negócios”, disse à AFP o advogado do executivo, Jean-Yves Le Borgne. “Apenas pelo fato de se tratar de pessoas próximas podemos concluir que houve malversação dos recursos da aliança?”.

Segundo Le Borgne, “antes de nos indignarmos, deveríamos verificar se os convidados realmente não estavam envolvidos em algum negócio com a Renault-Nissan”. O advogado lembrou que a operação dos correios do Líbano, por exemplo, “requer uma ampla frota de automóveis”.

Com informações da AFP

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