Ghosn renuncia de presidência da Renault, mas se mantém como diretor

Executivo foi preso no Japão em dezembro por supostas violações financeiras

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Paris | Reuters

O executivo Carlos Ghosn renunciou aos postos de presidente do conselho de administração e presidente-executivo da Renault, mas manteve-se como diretor no grupo automotivo francês.

A Renault informou ainda que Thierry Bollore foi indicado para a presidência do conselho de administração da aliança Renault-Nissan.

"A Renault gostaria de especificar que o senhor Ghosn renunciou de suas posições na presidência do conselho e na presidência-executiva, mas continua como diretor da Renault SA", afirmou a companhia.

"O senhor Ghosn mantém suas posições na Alliance Rostec Auto e na Renault do Brasil", acrescentou a montadora.

Desde que foi preso em 19 de novembro, Ghosn está aguardando um julgamento que ainda pode demorar seis meses para começar. 

O executivo é alvo de três acusações, por abuso de confiança e outras infrações financeiras, como por supostamente transferir temporariamente perdas pessoais com investimentos para a Nissan e por ocultar parte sua renda durante três anos. Ele nega todas as acusações.

CRONOLOGIA

19.nov.
Presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn é preso por supostas violações financeiras no Japão; o diretor da Nissan Greg Kelly também é detido, suspeito de envolvimento no caso

21.nov.
Tribunal de Tóquio mantém as prisões de Ghosn e de Kelly por 10 dias

22.nov.
Conselho da Nissan tira Ghosn da presidência do colegiado e Kelly da direção da montadora

25.nov.
Ghosn se pronuncia pela primeira vez desde a detenção e nega as acusações

26.nov.
Conselho de administração da Mitsubishi Motors remove Ghosn da presidência do colegiado

30.nov.
Tribunal de Tóquio aceita estender até 10 de dezembro a detenção de Ghosn

10.dez.
Procuradores de Tóquio indiciam oficialmente Ghosn por subdeclarar sua renda e prorrogaram sua detenção. Nissan também é indiciada por apresentar declarações financeiras falsas

11.dez
Tribunal de Tóquio rejeita recurso apresentadopelosadvogadosde Ghosn para ele ser libertado

12.dez.
Tribunal brasileiro decide que Ghosn deve ter acesso a apartamento no Rio de Janeiro para recuperar pertences

13.dez.
Nissan afirma que Ghosn e seus representantes não têm direito a acessar o apartamento do Rio e que o conteúdo de três cofres existentes no imóvel podem conter evidência contra o executivo. Na mesma data, o conselho administrativo da Renault ratifica Ghosn como presidente da multinacional

14.dez.
Nissan informa que representantes de Ghosn recuperaram documentos do apartamento corporativo no Rio

20.dez.
Tribunal de Tóquio decide não prorrogar a prisão de Carlos Ghosn

21.dez.
Promotoria de Tóquio faz nova acusação e consegue impedirasoltura do empresário. Kelly, porém, deve deixar a cadeia

23.dez.
Justiça japonesa decide prolongar a detenção de Ghosn por mais dez dias

25.dez.
Tribunal autoriza liberdade de Greg Kelly, sob fiança de R$ 2,4 milhões

31.dez.
Prisão de Ghosn é prorrogada por mais 10 dias

2019​

8.jan.
Ghosn faz primeira declaração pública desde prisão e diz que foi detido injustamente

11.jan.
Promotoria apresenta novas acusações contra Ghosn

17.jan.
Tribunal de Tóquio nega pedido de liberdade sob fiança, e Ghosn deve permanecer detido até março

20.jan.
Ghosn aluga apartamento e oferece uso de monitoramento eletrônico para deixar prisão

22.jan.
Justiça nega novo pedido de liberdade sob fiança de Ghson

24.jan.
Ghosn renuncia à presidência da Renault, e executivos da montadora francesa e da Michelin assumem seu lugar

30.jan.
Em primeira entrevista desde prisão em novembro, Ghson diz que executivos da Nissan usaram conspiração e traição para barrar integração com Renault

7.fev.
Renault apura se Ghosn usou contrato com Versalhes para pagar casamento

8.fev.
Ghosn renuncia aos postos de presidente do conselho e de presidente-executivo da Renault, mas se mantém como diretor

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