Metalúrgicos da GM em São José aceitam ficar sem aumento em 2019

Empresa passa por plano de reestruturação para garantir produção no Brasil

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São Paulo

Em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (7), as propostas da General Motor foram aprovadas trabalhadores da unidade de São José dos Campos (97 km de SP). O acordo é uma das condições impostas pela empresa para manter a produção no país.

Os funcionários concordaram que em 2019 não haverá reajuste salarial e um abono de R$ 2,5 mil.

A proposta foi aceita por 90% dos funcionários, segundo sindicato dos metalúrgicos. Com isso, fica acordado que a empresa se compromete a manter o complexo na cidade e investir R$ 5 bilhões na fábrica local.

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Metalúrgicos de São José dos Campos votam propostas da GM em assembleia - Divulgação/SindMetalSJC

Segundo nota encaminhada pela montadora este “é mais um passo para a concretização do plano de viabilidade da GM”. Além dos trabalhadores, a GM também mantém negociações com os fornecedores e governo.

Para o ano que vem, o aumento proposto é de 60% da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) somado a um abono de R$ 1,5 mil.

A reposição total pela inflação só voltaria a ocorrer em 2021.

O Sindmetal afirma ter se posicionado contra a proposta da empresa, mas que respeita a decisão dos funcionários. Inicialmente, a negociação se debruçava sobre 28 itens.

De acordo com Weller Pereira Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a entidade não concordou com as propostas porque elas “incluem a retirada de direitos, mas vamos respeitar a decisão dos trabalhadores”.

Além do reajuste salarial, foi decidido medidas sobre outros três pontos: participação nos resultados até 2021; vigência da cláusula que garante emprego ao trabalhador acidentado (para os empregados atuais); e renovação dos acordos de flexibilidade de jornadas e turnos.

No início de janeiro, o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, divulgou um comunicado nas fábricas brasileiras no qual alertava funcionários de que novos investimentos locais dependiam de um doloroso plano para a operação voltar a lucrar no país, após as fortes perdas dos últimos três anos.

 Zarlenga escreveu que o braço brasileiro vive um momento crítico e que 2019 será um ano decisivo para a operação, levantando temores entre sindicatos de que unidades no Brasil poderiam ser fechadas.

A carta cita comentários recentes feitos pela presidente mundial da montadora, Mary Barra, sobre desafios na América do Sul, onde a GM é líder. "Não vamos continuar empregando capital para perder dinheiro", disse ela.

Além do acordo com os trabalhadores, a GM também tem negociado com governos. Em São Paulo, o governo estuda socorrer montadora com antecipação de créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Bens de Serviços) sobre os quais a empresa tem direito.

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