Descrição de chapéu Tragédia em Brumadinho

Moody's reduz grau de investimento da Vale após caso Brumadinho

Rebaixamento, segundo a agência, reflete a elevação dos riscos de crédito depois do colapso

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São Paulo | Reuters

A agência de classificação Moody's cortou nesta quarta-feira (27) o rating global atribuído à mineradora Vale de "Baa3" para "Ba1", com perspectiva negativa, e retirou o grau de investimento da companhia, após o rompimento mortal de uma de suas barragens em Brumadinho (MG) em janeiro.

O rebaixamento, segundo a agência, reflete a elevação dos riscos de crédito após o colapso da barragem e as "consideráveis incertezas associadas ao impacto total e implicações de longo prazo deste desastre social e ambiental sobre o perfil de crédito da Vale como um todo".

A agência citou “consideráveis incertezas associadas ao impacto total e implicações de longo prazo deste desastre social e ambiental sobre o perfil de crédito da Vale como um todo”.

"Embora a posição financeira robusta da Vale ofereça uma grande folga em relação aos potenciais impactos financeiros, o acidente eleva as preocupações dos pontos de vista social e de governança corporativa, uma vez que ocorreu um pouco mais de três anos após o colapso da barragem da Samarco", afirmou.

O rating anterior era o último grau de investimento na escala da agência.

Maior produtora global de minério de ferro, a Vale havia conquistado o rating anterior, último grau de investimento na escala da agência, em julho de 2018, quando a Moody’s apontou melhoria dos indicadores de crédito da companhia, apoiada pelo melhor perfil de produção e redução de dívidas.

O colapso da barragem de Brumadinho, com mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos do beneficiamento de minério de ferro, liberou uma onda de lama que soterrou refeitório e área administrativa da Vale, com centenas de trabalhadores. A lama atingiu ainda rios, mata e comunidades da região.

O desastre socioambiental deixou mais de 300 vítimas, entre mortos ou desaparecidos.

A agência ponderou que a “Vale demonstrou amplo esforço para oferecer assistência humanitária e auxílio financeiro emergencial aos afetados, bem como para reforçar o monitoramento e inspeção das barragens”.

Porém ressaltou que ainda não está clara a extensão total dos custos, reivindicações judiciais e litígios, bem como o impacto do acidente na reputação da Vale e no seu resultado operacional e financeiro.

A perspectiva negativa, segundo a Moody’s, incorpora as incertezas acerca do montante e do prazo dos futuros desembolsos de caixa relacionados ao acidente. Além disso, também reflete os riscos das investigações em andamento sobre as causas e responsabilidades do acidente.

A agência destacou ainda que os ratings Ba1 da Vale continuam tendo o suporte da diversificada base de produtos da companhia e posição de custos baixos, além do portfólio robusto de ativos com reservas de longa duração de minério de ferro, níquel, cobre e carvão.

Nesta quarta o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu liberdade aos oito funcionários da Vale que estavam em prisão temporária desde 15 de fevereiro pelo rompimento da barragem de Brumadinho.

tragédia da Vale matou 179 pessoas em 25 de janeiro e deixou 131 desaparecidos.

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