Presidente do BB diz que banco seria mais eficiente se fosse privatizado

'Espero que um dia se chegue a essa conclusão', afirmou Rubem Novaes

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São Paulo

O Banco do Brasil seria mais eficiente se fosse privatizado e todos os funcionários ganhariam com isso, afirmou o novo presidente da instituição, Rubem Novaes, nesta quinta-feira (14).

"Mas essa não é a política do governo, essa é uma posição pessoal. Espero que um dia se chegue a essa conclusão, mas acho que o país ainda não está preparado para essa ideia", afirmou.

Salim Mattar, secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do presidente Jair Bolsonaro, já indicou que o governo deve manter o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras fora do rol de privatizações.

Novaes foi indicado para a presidência do banco pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Eles são amigos desde os tempos em que estudaram na Universidade de Chicago (EUA), berço do liberalismo econômico.

O BB reportou um lucro líquido ajustado (livre de efeitos extraordinários) de R$ 13,5 bilhões em 2018, uma alta de 22% em relação ao ano anterior.

"Se o banco fosse privado, teria um resultado melhor do que tem hoje", disse Novaes durante a divulgação do balanço.

"Temos essa ambição [de dar um retorno similar ao de instituições privadas]. O banco público sempre tem alguns entraves, não temos a mesma liberdade que os bancos privados para tomar certas decisões."

Questionado se a instituição passou por uma "petização" ao longo dos governos do Partido dos Trabalhadores, Novaes disse que "se houve esse movimento, foi no passado já remoto".

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O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes - Adriano Machado/Reuters

"Do grupo que encontrei hoje no banco, percebi um foco totalmente profissional da equipe. Pude notar que o ideal para nós seria manter a equipe quase intacta", disse.

Novaes afirmou que o banco estuda parcerias e abertura de capital para aquelas atividades que guardam sinergia com o negócio principal do BB, como as áreas de asset, banco de investimentos, meios de pagamento e seguridade. 

"Entendemos que a abertura de capital estampa valor e costuma melhorar a governança. [...] Parceria não significa que vai dividir receita. Você cria um bolo maior e a parcela que recebe pode ser superior ao que ganhava integralmente. Parceira só faz sentido se agrega valor", afirmou Novaes.

Demais negócios que não apresentem essa dependência da rede do banco são passíveis de desinvestimentos. Mas o executivo destacou que "não vamos fazer venda a qualquer preço".

"A pior coisa é ter pressa para vender alguma coisa, porque vai desvalorizar seu ativo."

Segundo Novaes, ainda não há um cálculo de quanto poderia ser embolsado com esses desinvestimentos, nem quais seriam eles. Mas o presidente indicou que o argentino Banco da Patagonia, do qual o BB detém cerca de 80%, "não tem sinergia com o banco".

Sobre o Banco Votorantim, com metade do controle por parte do BB, Novaes disse que está "discutindo com os sócios o melhor caminho".

MULHERES NO COMANDO

Em meados de 2018, o então presidente-executivo do Banco do Brasil, Paulo Caffareli, informou que o banco tinha cerca de 16% de mulheres em cargos de comando e que a meta era chegar ao menos a 22%.

Novaes disse que deseja uma participação cada vez maior de mulheres na gerência do banco. "Se houver qualquer entrave, será eliminado", afirmou, acrescentando, porém, que não era favorável a uma política de cotas.
 

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