Dados do PIB mostram que transportes por app ajudam na retomada dos investimentos

Para IBGE, compra de veículos para trabalho pesou à favor da alta de 4,1% do indicador, em queda desde 2013

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Rio de Janeiro

Os investimentos na economia (a chamada formação bruta de capital fixo) reagiram em 2018 e cresceram 4,1% –o primeiro desempenho positivo após quatro anos consecutivos de queda, que, no total, chegou a 30%.

O setor é formado basicamente pelo segmento da construção e por máquinas e equipamentos.

Segundo Rebeca Palis, coordenadora de contas nacionais do IBGE, a importação e produção interna de bens de capital compensaram a queda verificada no setor de construção, a única atividade a registrar variação negativa em 2018 (-2,5%).

 

Outro fator importante a contribuir positivamente para a alta dos investimentos em 2018 foi o crescimento do transporte feito por apps (aplicativos), já que a compra de um automóvel para esse tipo de serviço, assim como a compra de automóveis feita por locadoras, é considerada investimento (e não consumo). A modalidade tem ajudado ainda a engordar os lucros das locadoras de veículos.

Para o IBGE, a compra de veículos para trabalho conta como investimento, e não como consumo das famílias.

O transporte por apps cresceu principalmente como alternativa para complementar a renda de desempregados ou subempregados e tende a não ter fôlego longo para impulsionar novas aquisições de veículos. 

Embora o efeito da paralisação dos caminhoneiros sobre o PIB como um todo tenha sido negativo, o impacto sobre os investimentos foi positivo, disse Palis. Isso porque várias empresas aumentaram a frota própria de caminhões e ônibus, o que também é considerado investimento.

Palis destacou ainda que os investimentos também foram ajudados pelo efeito contábil da mudança da contabilização das plataformas de petróleo, mas o investimento, disse ela, seria positivo de qualquer jeito.

Já a queda na construção foi resultado de um conjunto de fatores como a redução de 2,4% da ocupação na construção, queda real do crédito destinado ao setor, além do recuo dos gastos do governo com infraestrutura.

A despeito do bom desempenho no ano, os investimentos encerraram 2018 em marcha lenta, influenciados em especial pelos efeitos das incertezas eleitorais sobre o ânimo de investir dos empresários. 

No último trimestre do ano, os investimentos caíram 2,5% em relação ao trimestre anterior. Sobre igual trimestre de 2017, a alta foi de 3%.

Segundo o IBGE, a construção vem perdendo peso no PIB e hoje representa 47% da formação bruta de capital fixo; máquinas e equipamentos ficam com 38%. O restante fica com outros.

Puxada por máquinas e equipamentos, em especial pelo setor automotivo, a taxa de investimento alcançou 15,8% em 2018, ante 15% em 2017 –a melhor desde 2015.

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