O déficit comercial dos Estados Unidos registrou maior alta nos últimos dez anos, fechando 2018 com um saldo negativo de US$ 621 bilhões.

Segundo o Departamento do Comércio dos Estados Unidos, um aumento de 18,8% no déficit comercial em dezembro contribuiu para o resultado. O déficit de 2018 foi o maior desde 2008 e ocorre após um saldo negativo de US$ 552,3 bilhões. 

O déficit comercial se deteriorou apesar da política protecionista da Casa Branca, o que, segundo o presidente Donald Trump, é necessário para proteger produtores norte-americanos do que ele chama de concorrência estrangeira injusta.

No ano passado, os EUA impuseram tarifas sobre o equivalente a US$ 250 bilhões em bens importados da China, o que gerou uma retaliação de Pequim com impostos sobre US$ 110 bilhões em produtos norte-americanos, incluindo soja e outras commodities.

Trump adiou tarifas sobre outros US$ 200 bilhões em bens chineses à medida que prosseguem as negociações para resolver a guerra comercial que já dura oito meses.

Os EUA também impuseram tributos sobre importações de aço, alumínio, paineis solares e máquinas de lavar.

Em relação a China, as importações de bens chineses superaram as exportações em 11,6%, chegando a uma máxima histórica de US$ 419,2 bilhões, em 2018.

Os EUA registraram importações recordes de 60 países em 2018, liderados por China, México e Alemanha. As importações de bens alcançaram um recorde de US$ 2,6 trilhões.

O déficit comercial de dezembro, de US$ 59,8 bilhões, foi o maior desde outubro de 2008 e superou expectativas de economistas de um saldo negativo de US$ 57,9 bilhões, uma vez que as exportações caíram pelo terceiro mês consecutivo e as importações se recuperaram.

A divulgação do relatório de dezembro foi atrasada pela paralisação parcial de 35 dias do governo dos EUA que terminou em 25 de janeiro.

Quando ajustado para a inflação, o déficit comercial cresceu em US$ 10 bilhões, para US$ 91,6 bilhões  em dezembro —outro recorde.

DESACELERAÇÃO NA CRIAÇÃO DE VAGAS

Segundo relatório divulgado pela processadora de folhas de pagamento ADP, as empresas norte-americanas contrataram 183 mil trabalhadores em fevereiro.

Economistas consultados em pesquisa da Reuters projetavam que o relatório mostraria criação de 189 mil novas vagas no mês passado.

O número de novos postos de trabalho no setor privado em janeiro foi revisado de 2013 mil para 300 mil.

O relatório da ADP, desenvolvido conjuntamente com a Moody’s Analytics, foi publicado antes do relatório mais completo de criação de vagas do governo para o mês de fevereiro, na sexta-feira.