Deputados baianos pedirão explicações a ministro sobre ameaça a Ford

Carlos da Costa disse que montadora teve subsídios em Camaçari e cobrou ação social no ABC

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São Paulo

Deputados e senadores da Bahia vão solicitar explicações ao Ministério da Economia sobre a ameaça de retaliação à Ford, caso a empresa não faça uma ação social para compensar o fechamento de sua fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo (SP).

Na última quinta-feira (7), o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, cobrou da montadora um plano detalhado de mitigação do impacto da sua decisão. Ele argumentou que a empresa deve isso à sociedade por ter recebido R$ 7,5 milhões em subsídios nos últimos cinco anos, conforme revelou a Folha.

A questão é que a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) atualmente não dispõe de subsídios federais.

Os benefícios tributários para a Ford estão concentrados na unidade de Camaçari (BA). Na Bahia, existe um regime regional de redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

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Assembleia de funcionários da fábrica de Ford de São Bernardo - Amanda Perobelli/Reuters

A situação alarmou os parlamentares que representam a Bahia no Congresso  —39 deputados federais e 3 senadores— e tornou-se a principal pauta da reunião da bancada estadual, que acontece nesta quarta-feira (13) em Brasília.

“Espero que tudo não passe de um mal entendido. Caso contrário, isso será entendido como uma agressão à Bahia”, afirmou o deputado Felix Mendonça Junior (PDT), coordenador da bancada.

Segundo ele, os parlamentares baianos vão escolher dois ou três emissários para pedir explicações ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Questionado pela reportagem se uma eventual retaliação do governo à Ford pode comprometer o apoio da bancada à reforma da Previdência, Felix Junior disse que sim.

O deputado argumentou que a manutenção das atividades da Ford em Camaçari (BA) é um assunto suprapartidário, pois tem apoio de todos os representantes da bancada, independente da posição política. A montadora gera 7,5 mil empregos diretos na região.

"Não faz nenhum sentido vincular as duas unidades, porque o encerramento das atividades do município paulista foi provocado por uma decisão global da Ford de sair do mercado de caminhões", sustentou Felix Junior.

Em entrevista à Folha no dia seguinte à reunião com a montadora e representantes da prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), Costa confirmou que espera da Ford uma atitude socialmente responsável por conta dos subsídios que já recebeu. Ele, no entanto, negou que tenha vinculado as fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e Camaçari (BA).

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