Dólar sobe quase 1% e Bolsa cai após recorde da véspera

Noticiário sobre Previdência fraco e exterior negativo pressionaram mercados

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo | Reuters

O dólar quebrou uma série de quatro baixas e subiu nesta quinta-feira, diante de dados mais fracos na China, incerteza comercial e ajustes técnicos, enquanto investidores aguardam novas notícias sobre o andamento da reforma da Previdência. A Bolsa brasileira recuou 0,30%.

A moeda americana ganhou 0,91%, a R$ 3,8490, mas ainda está relativamente longe das máximas do ano, de R$ 3,90.

O real acompanhou a tendência global. Divisas de emergentes como o peso mexicano e rand sul-africano também caíram, afetadas pelo ambiente menos amigável a ativos de risco, diante de sinais de que uma resolução para a guerra comercial entre Estados Unidos e China levará tempo.

"As notícias de que os dois países adiaram uma nova rodada de conversas estão pesando, porque indicam que uma resolução para o problema comercial, que afetou os mercados em todo o mundo no ano passado, não está tão próxima", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.

Mas o dólar subiu também puxado por uma recomposição de posições de investidores que nos últimos quatro pregões haviam se desfeito da moeda norte-americana. A ausência de novas notícias positivas no campo da reforma da Previdência abriu espaço para a retomada das compras.

Na quarta-feira, como esperado, a Câmara dos Deputados instalou a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), primeiro órgão colegiado que analisará o texto que muda as regras previdenciárias. O foco do mercado se volta para a proposta de novas regras para os militares, a ser encaminhada até dia 20 pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Nesse sentido, notícias de que o governo estuda elevar os bônus de militares como forma de reduzir o mal-estar com a categoria em relação ao ajuste nas regras previdenciárias também foram citadas como elemento a fortalecer o dólar nesta sessão.

"Todo o noticiário recente indica que o câmbio terá pela frente um período de maior volatilidade", disse Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets. "Não vejo espaço para o dólar oscilar em patamar mais baixo."

Em nota, estrategistas do Citi dizem que o mercado brasileiro "precificou completamente" a ideia de uma reforma da Previdência. "E há riscos de que a reforma seja substancialmente desidratada, conforme muitos partidos e líderes partidários têm se queixado do formato das negociações", alertam.

Já a Bolsa brasileira recuou em um processo de realização de lucros, após renovar máxima histórica na véspera. É a segunda vez que o mesmo movimento ocorre na semana.

O Ibovespa, principal índice acionário, recuou 0,30%, a 98.604 pontos. O giro financeiro caiu para R$ 12,4 bilhões no pregão, abaixo da média do ano.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.