Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Governo pede destituição de conselheiro da Petrobras nomeado por Dilma

Aprovado desligamento, este será o quarto nomeado por gestões anteriores a deixar o cargo antes do previsto

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Rio de Janeiro

Depois de forçar a saída de três conselheiros da Petrobras indicados no governo Michel Temer, o governo Jair Bolsonaro está propondo a seus acionistas a destituição de Segen Estefen, cujo mandato só venceria em 2020. Será o quarto nomeado por Temer a deixar o cargo antecipadamente.

A decisão será tomada em assembleia de acionistas no próximo dia 25. Caso seja aprovada pelos acionistas, o governo Bolsonaro terá indicado cinco das onze cadeiras do colegiado. Além das três renúncias, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, assumiu a vaga do seu antecessor, Ivan Monteiro.

Estefen foi nomeado pela primeira vez por Dilma em 2015. Teve mandatos renovados por Temer. Em 2018, foi eleito para ficar mais dois anos. O comando da estatal tentou forçar sua renúncia na virada do ano, mas não obteve sucesso.

Por isso, a decisão foi repassada aos acionistas - na prática, como a União detém o controle, basta seu voto para aprovar a mudança. Para seu lugar, foi indicado o secretário de Geologia e Mineração do MME (Ministério de Minas e Energia), Alexandre Vidigal.

"O acionista controlador solicita o encerramento antecipado do prazo de gestão do sr Segen Farid Estefen, eleito na AGOE [Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária] de 2018, ao qual desde já agradece a dedicação e valoroso trabalho", disse a Petrobras a seus acionistas.

O prazo dos mandatos para o conselho da estatal foi estendido para dois anos em 2016, com o objetivo de reduzir as ingerências políticas no comando da estatal, o que dificultou a renovação do colegiado pelo governo eleito

O engenheiro naval Segen Estefen, professor da UFRJ nomeado por Dilma. Objetivo do governo é nomear executivos mais alinhados com a gestão atual, que fala em acelerar vendas de ativos para focar ainda mais as atividades no pré-sal. - Ana Carolina Fernandes/Folhapress

Após a eleição de Bolsonaro, os eleitos por Temer começaram a ser pressionados a renunciar. O último presidente do colegiado, Luiz Nelson Guedes Carvalho, e o advogado Francisco Petros entregaram os cargos no primeiro dia do ano.

Eles foram substituídos pelo almirante Eduardo Leal Bacelllar, que hoje preside o conselho, e pelo economista João Cox.

No dia 14 de janeiro, foi comunicada a renúncia de Durval Soledade, que foi substituído pelo engenheiro Nivio Ziviani.

Inicialmente, a vaga seria do geólogo John Forman, que desistiu após a publicação de reportagens sobre condenação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), em 2016, por uso de informação privilegiada na negociação da ações da Petro Rio, empresa da qual havia sido conselheiro.

Assim, quatro das vagas do conselho já estão ocupadas por indicados de Bolsonaro. Nomeados por Temer, Jerônimo Antunes, Ana Lúcia Zambelli e Clarissa de Araújo Lins permanecem nos cargos.

Outras três vagas são destinadas a representantes dos trabalhadores e dos acionistas minoritários detentores de ações preferenciais e ordinárias. Hoje, são ocupadas por Danilo Silva, Sônia Júlia Sulzbeck Villalobos e Marcelo Mesquita de Siqueira Filho.

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