Descrição de chapéu Previdência

Maia visita Bolsonaro no Alvorada para tratar da reforma da Previdência

Expectativa é que CCJ, por onde passará a proposta, seja instalada na semana que vem

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Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encontrou-se com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na manhã deste sábado (9) para conversar sobre a tramitação da proposta de reforma da Previdência.

Maia esteve no Palácio da Alvorada por cerca de uma hora e saiu sem falar com a imprensa.

Segundo relatos feitos à Folha, na conversa os dois afinaram discurso sobre a aprovação da reforma.

Incomodou o Planalto o fato de Maia ter dito recentemente que o governo ainda não tem os votos necessários para que o texto passe na Câmara.

Por outro lado, Bolsonaro ouviu do deputado que é preciso ter mais cautela nas declarações sobre a Previdência.

Poucos dias depois do envio da proposta ao Congresso, o presidente admitiu em conversa com jornalistas que estaria disposto a rever dois pontos: a idade mínima para mulheres de 62 anos para 60 anos e elevar o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Na leitura de parlamentares, o governo não deve ceder tão rápido porque isso provocaria uma grande alteração na essência do texto proposto.

Bolsonaro mudou o tom nos últimos dias e passou a falar que espera que o Congresso não “desidrate” a reforma, embora reconheça a autonomia do Legislativo na votação. O mercado respondeu de forma positiva e a bolsa subiu na sexta-feira (8).

Ainda no encontro, eles falaram sobre o mapa da base de apoio à Previdência.

O governo monitora dois grupos: um primeiro com 160 deputados que dizem abertamente que votarão no texto apresentado.

Um outro bloco, de 100 parlamentares, indica intenção de votar, mas reconhece dificuldades em apoiar pontos como as mudanças no BPC e na aposentadoria para trabalhadores rurais.

O governo trabalha com a necessidade de construir uma base de apoio entre 320 e 330 deputados para ter alguma margem de folga. O mínimo necessário para aprovação é de 308 votos.

Bolsonaro foi alertado por Maia que não será possível conquistar esses outros 70 votos sem que o Planalto faça sinalizações e concessões aos partidos.

Parlamentares reclamam do atendimento do governo, especialmente da Casa Civil.

O ministro Onyx Lorenzoni, que chefia a pasta, ficará ausente de Brasília entre domingo (10) e quarta-feira (13) para ir a uma viagem oficial à Antártida. O que pode gerar mais reclamações.

Bolsonaro prometeu dar celeridade às indicações para os cargos nos estados, mas tem afirmado que não vai aceitar indicações políticas como era feito no passado.

Para se chegar a um meio termo, o Planalto vai colocar em prática a ideia de criar um “Banco de Talentos” para que partidos e bancadas sugiram nomes para os cargos.

A ideia é que sejam apresentados currículos de pessoas com preparo técnico para assumir funções nos estados.

Nesta sexta (8), o presidente da Câmara afirmou que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) deverá ser instalada na próxima quarta-feira (13).

 

O governo espera com ansiedade o início dos trabalhos da comissão, já que é por ela que passará primeiro a proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência.

Os líderes partidários devem começar a indicar os nomes para o colegiado na segunda-feira (11).Como informou o Painel, o grupo da articulação política do Planalto diz que espera contar com a ajuda de Maia para convencê-los a indicar deputados que “tenham carinho” pela reforma.

Também na sexta, Bolsonaro afirmou acreditar que o governo conseguirá aprovar a reforma no primeiro semestre deste ano.

“Acredito que sim. Não pode levar um ano para aprovar uma reforma. Nós aqui vamos fazer de tudo para que ela não seja desidratada, mas respeitamos a autonomia do Parlamento se alguma mudança for feita”, declarou.

Bolsonaro disse que, apesar de ser uma “medida amarga”, a Previdência é de interesse de todos, e citou os presidentes da Câmara e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

“Sabemos que alguns aspectos são uma medida amarga, mas é uma resposta que temos que dar, de uma política sem muita responsabilidade que foi feita ao longo dos últimos anos, e tem que dar um freio de arrumação agora. Até os militares vão entrar com a sua cota de sacrifício”, disse.

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