Gasolina pressiona, e prévia da inflação tem maior alta para abril em 4 anos

Indicador avançou 0,72% no mês, depois de alta de 0,54% em março, segundo IBGE

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São Paulo | Reuters

A prévia da inflação oficial brasileira acelerou com força em abril sob pressão dos preços de transportes, com destaque para a gasolina. A alta de 0,72% foi o maior crescimento para o mês de abril desde 2015 (1,07%).

O resultado do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) de abril supera a expectativa de pesquisa da Reuters de 0,69% e ocorre após avanço de 0,54% em março.

O resultado é o mais forte desde junho do ano passado, quando chegou a 1,11% impactado pela paralisação dos caminhoneiros.

O indicador também passou a subir 4,71% no acumulado em 12 meses até abril, de 4,18% no mês anterior. A expectativa era de avanço de 4,66%.

Assim, chega ao maior patamar desde março de 2017 (4,73%) e supera a meta oficial de inflação do governo para 2019 –4,25% pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A maior influência do índice de abril partiu dos preços de transportes, que subiram 1,31% em abril e registraram a maior variação no mês, além do maior impacto sobre o índice, de 0,24 ponto percentual. A alta de 3% dos combustíveis foi o principal motivo para o impacto, com destaque para o aumento de 3,22% nos preços da gasolina.

Alimentação e bebidas, com importante peso sobre o bolso do consumidor, teve alta de 0,92 por cento, mas mostrou desaceleração sobre a taxa de 1,28 por cento vista em março.

O grupo saúde e cuidados pessoais apresentou avanço de 1,13%, e juntos esses três grupos responderam por cerca de 85% do IPCA-15 de abril.

De acordo com o Banco Central, a inflação acumulada em 12 meses atingiria um pico em torno de abril ou maio, para depois recuar para patamar abaixo do centro da meta deste ano.

Ainda assim, as perspectivas para a inflação são confortáveis, diante de uma economia que ainda se arrasta e do alto nível do desemprego, porém a fraqueza da atividade já levanta questionamentos sobre o futuro da taxa básica de juros Selic.

A pesquisa Focus realizada pelo BC mostra que a expectativa é de que a Selic permaneça em 6,5% até o final deste ano. Os economistas consultados no levantamento estimam que a inflação terminará este ano a 4,01%, e a 4,00% em 2020.

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