Nesta segunda-feira (8), o mercado brasileiro acompanhou o cenário exterior, sem novidades sobre a reforma da Previdência.
Há expectativas de que o relatório sobre a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma seja apresentado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira.
Também no radar estão os movimentos de articulação para a formação da base aliada do governo com vistas para o andamento do texto que muda as regras das aposentadorias.
"A semana começou com a bolsa de lado à espera de novidades sobre a reforma da Previdência, com as atenções voltadas para a sessão na CCJ amanhã", disse o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez, destacando também o volume menor na sessão.
O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, fechou em leve alta de 0,27%, a 97.369 pontos, com giro de R$ 12 bilhões, abaixo da média diária do ano de R$ 16,42 bilhões. A bolsa foi impulsionada pela alta das commodities, que puxaram o preço de Petrobras e Vale.
O petróleo atingiu máximas de cinco meses por expectativas de que a oferta global fique apertada por conta de conflitos na Líbia, cortes liderados pela Opep e sanções dos EUA sobre Venezuela e Irã.
Os preços de minério de ferro na China também ampliaram rumo a níveis recordes em meio a preocupações sobre o aperto na oferta.
Wall Street fechou com variações tímidas, reflexo de posições mais comedidas diante do começo da temporada de balanços corporativos nos EUA, com a queda da Boeing após corte em produção pressionando o Dow Jones.
Dólar
O dólar fechou no menor patamar ante o real em mais de duas semanas, com a ausência de novidades no front da reforma previdenciária abrindo espaço para o mercado de câmbio captar o ambiente de dólar fraco no mundo que predominou nesta sessão.
A moeda americana caiu 0,62%, a 3,8491. É o menor patamar desde 21 de março, quando a cotação fechou em R$ 3,8001.
A queda do dólar nos mercados internacionais foi atribuída à melhora do sentimento após uma série de dados mais fortes em economias desenvolvidas amenizar temores quanto a uma desaceleração da atividade ainda mais intensa que a prevista.
De acordo com o Goldman Sachs, além do dia positivo para moedas de risco, a depreciação sofrida pelo real recentemente também deixou a moeda brasileira tecnicamente mais preparada para ganhos em dias benignos.
Entre 31 de janeiro, quando o dólar bateu a mínima recente de R$ 3,658, e a máxima de R$ 3,9545 alcançada em 27 de março, a moeda americana subiu 8,08%. O real se desvalorizou 7,48%.
"O 'carry' (retorno com juros) do real é baixo em termos nominais, mas os níveis da moeda estão mais atraentes depois de algumas semanas de performance mais fraca em relação a seus pares", disseram estrategistas do Goldman em nota a clientes.
"Se o crescimento da China melhorar e os preços das commodities continuarem firmes, a moeda deverá apreciar", acrescentam os profissionais.
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