A Petrobras informou que a francesa Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) apresentaram a melhor proposta para a compra de uma fatia de 90% de sua unidade Transportadora Associada de Gás (TAG), no valor total de US$ 8,6 bilhões (R$ 33,2 bilhões).
O valor do negócio inclui o pagamento de dívidas da TAG com o BNDES (US$ 800 milhões) e considera a taxa de câmbio de R$ 3,85 por dólar, segundo comunicado da estatal desta sexta-feira (5).
Com a venda da TAG, a Petrobras prevê levantar um total de US$ 10 bilhões (R$ 38,6 bilhões) nos primeiros quatro meses do ano, conforme afirmou recentemente o presidente da empresa, Roberto Castello Branco.
A TAG é um dos principais ativos do atual plano de vendas da Petrobras, que prevê potencial total de entrada de recursos de US$ 26,9 bilhões no período 2019-2023.
"A Petrobras continuará a utilizar os serviços de transporte de gás natural prestados pela TAG, por meio dos contratos de longo prazo já vigentes entre as duas companhias, sem qualquer impacto em suas operações e na entrega de gás para distribuidoras e demais clientes", disse a empresa.
A conclusão da transação ainda está sujeita à aprovação pelos órgãos de governança da Petrobras e de defesa da concorrência.
A proposta de Engie e CDPQ pela TAG ficou bem acima dos US$ 5,2 bilhões pagos pela canadense Brookfield Asset Management na aquisição de outra unidade de gasodutos da Petrobras, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), cuja venda foi concluída em 2017.
Havia grande expectativa de analistas e investidores pelo processo de alienação da TAG, iniciado ainda em outubro de 2017.
O negócio chegou a ser interrompido no ano passado após decisão cautelar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela qual a venda de ações de empresas públicas dependeria de aval legislativo. Uma ação de petroleiros na Justiça também chegou a suspender temporariamente o processo.
A Petrobras acabou por retomar a concorrência para a venda da TAG e outros ativos em janeiro, com base em avaliação da Advocacia Geral da União (AGU) de que a empresa atende requisitos do próprio STF para alienar subsidiárias. Também foi derrubada a liminar que impedia a negociação da empresa.
A TAG opera infraestrutura de transporte de gás com capacidade de movimentar 74 milhões de m³/dia. A malha de gasodutos da empresa soma cerca de 4.505 km, contando ainda com dez instalações de compressão de gás, seis próprias e quatro alugadas, e 91 pontos de entrega em dez estados —nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte, segundo informações do site da companhia.
Além do grupo vencedor, também estavam na disputa pela TAG um grupo liderado pela Itaúsa e uma associação entre EIG Global Energy Partners e Mubadala Investment, conforme publicado pela Reuters mais cedo neste mês com informação de fontes.
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