Governo seleciona obras prioritárias até o final do mês, diz general Santos Cruz

Nos EUA, ministro-chefe da Secretaria de Governo diz que mídia social não influencia investimentos

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São Paulo

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, afirmou nesta sexta-feira (5) que o conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) vai se reunir até o fim do mês para apresentar uma seleção de obras de infraestrutura estratégicas inacabadas e decidir quais serão priorizadas.

Segundo Santos Cruz, estão sendo elaborados modelos técnicos, e, após resolvidas pendências ambientais ou relativas a territórios indígenas, serão apresentados os projetos aos investidores.

Ele participou do debate “Impulsionando a Infraestrutura Brasileira” ao lado do presidente do BNDES, Joaquim Levy, e de Abraham Prada, vice-presidente de infraestrutura do JP Morgan, parte do Brazil Conference promovido pelas universidades Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT).

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O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz - Pedro Ladeira-25.mar.19/Folhapress

O conselho do PPI é composto pelo presidente da República e dez ministros e presidentes de estatais.

Segundo Santos Cruz, o PPI está apoiado em três pilares: confiabilidade técnica, segurança jurídica e transparência. “O investidor precisa ter expectativa de segurança jurídica, de que o contrato dele de 10, 20, ou até 40 anos vai ser respeitado. E precisamos eliminar qualquer suspeita de corrupção nesses projetos, é preciso ser absolutamente transparente, sem qualquer chance de irregularidade”, afirmou.

Ele ainda falou sobre a qualidade técnica da equipe do PPI, em grande parte remanescente do governo Michel Temer. “E tem que entregar já completamente limpo o caminho para a empresa trabalhar, sem pendência ambiental ou de terra indígena. Com essa fórmula, pretendemos atrair investimento.”

Levy ressaltou a importância do PPI, uma estrutura organizada. “Não se trata de meramente uma política de pegar projetos na prateleira, como se fazia antes, mas sim de organizar projetos bem estruturados que tragam confiança e assim criem uma pipeline de projetos para os investidores”, afirmou.

“Há um grande apetite para investimento em infraestrutura, as pessoas não têm problema em pagar desde que seja bem feito e previsível.”

No entanto, segundo ele, o BNDES manterá seu foco tanto em grandes obras de infraestrutura como em empréstimos para pequenas e médias empresas.

MÍDIA SOCIAL E COMEÇO ATRIBULADO

Segundo Santos Cruz, as controvérsias nas mídias sociais não atrapalham os negócios no Brasil. “Na mídia social temos muita fumaça, mas no campo dos negócios o empresariado está firme na direção do investimento.”

Ele justificou o começo um pouco atribulado do governo Bolsonaro e se mostrou otimista em relação ao andamento da reforma da Previdência.

“Antigamente, tínhamos todos esses arranjos (políticos durante a campanha) e quando anunciavam o resultado, já vinham com tudo arrumado, ministros escolhidos; Bolsonaro mudou tudo, e quando foi eleito, começou a escolher ministro e montar o governo."

Ele disse que há hoje uma consciência nacional sobre a necessidade de modificação do sistema previdenciário. “Claro que há itens na reforma que podem ser melhorados, este é o trabalho do Congresso e o Congresso vai fazer; mas o cenário dos próximos 4, 5 meses é que haverá uma grande modificação no país. O Congresso vai aprovar (a reforma) e nós vamos decolar.”

O ministro exemplificou a curva de aprendizagem do governo ao falar sobre o partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL.

“O PSL, que é o partido do presidente, ele vinha antes como um grupo de WhatsApp, aí saltou de 1, 2 deputados e passa para 55, sem a tradição de solidez dos outros partidos", afirmou. “Estamos vivendo esse cenário, mas isso não está conectado com a situação econômica neste momento.”

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